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ATENÇÃO: NÃO FAÇA PARTE DA DEGRADAÇÃO DA NATUREZA, NÃO COMPRE NENHUM ANIMAL SILVESTRE SEM O DEVIDO REGISTRO DO IBAMA, TRÁFICO DE ANIMAIS É CRIME, NÃO CAIA NESSA, ADQUIRA O SEU ANIMAL DE ESTIMAÇÃO COM CRIADORES REGISTRADOS E LEGALIZADOS NO IBAMA.

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Governador Valadares, Minas Gerais, Brazil
Somos criadores amadores de passeriformes devidamente cadastrados no IBAMA, com a criação de curiós voltada exclusivamente para a linha de canto paracambi Clássico. Este blog se destina a todos os simpatizantes do curió e essa linha de canto, bem como a todos os nossos amigos e colegas que desejem trocar idéias sobre criação e manejo de curió. Em breve vamos ter pardos encartado no canto paracambi. Abraços!

Dicas de manejo em geral

ALIMENTAÇÃO

A alimentação básica dos curiós deve constituir de uma mistura de sementes diversas e dos complementos empregados em substituição aos insetos avidamente capturados pelas aves na natureza. Também há necessidade de suplementação vitamínica, de aminoácidos e mineral. Os pássaros cativos necessitam ter à sua disposição, permanentemente, areia fina, que ingerida com alimento irá facilitar o seu processamento no início do processo digestivo.
O correto manejo alimentar é fundamental para o êxito na manutenção dos pássaros de gaiola.
Devemos adotar um programa alimentar adequado às diversas fases da criação, Muda, Reprodução, Torneios, Verão, Inverno etc.

MISTURA DE SEMENTES:
A mistura de sementes que adotamos é simples, variada e sofre pouca modificação com as fases da criação. Empregamos 50% de Alpiste, 10% de Painço Branco, 10% Painço Verde, 5% de Painço Português, 5% de Painço Preto, 5% de senha e 5% de Arroz com casca.
Nenhuma mistura de sementes é capaz de suprir todas as necessidades dos curiós em cativeiro. A diversificação dos tipos de painço não tem grande significado na dieta pois possuem o mesmo valor nutricional. A base da mistura será sempre o alpiste, que mais se aproxima das necessidades nutricionais dos curiós.
A mistura de sementes, no entanto, é o maior problema no manejo alimentar. É difícil obter sementes com boa qualidade, sem de pó, sem impurezas, mantidas com nível de umidade de, no máximo, 12% e principalmente sem fungos e micotoxinas. A mistura de sementes é um grande causador de problemas sanitários. Alguns cuidados nos permitem minimizar os problemas causados pelas sementes.
A escolha de fornecedor idôneo, que adquira bons produtos, possua ótimas condições de armazenamento e grande rotatividade de estoque é o primeiro passo.
Observar visualmente as sementes, procurando identificar a presença de impurezas, de insetos, de pó e de pequenos aglomerados de sementes unidas por algo semelhante a uma teia de aranha. Em qualquer dos casos descarte. Algumas sementes, como o alpiste e o painço, apresentam um certo brilho característico quando estão em boas condições.
Efetuar um teste de germinação, colocando amostras de sementes em algodão embebido em água. Sementes de boa qualidade apresentam elevado percentual de germinação (cerca de 80%).
Manter uma amostra de sementes por um período de 24 horas em uma caixa ao abrigo da luz, cheirando no final do período para identificar pelo olfato a presença de mofo.
Nunca lavar as sementes. A cultura de expor ao sol as sementes para eliminação de fungos é absolutamente inócua. Alguns processos podem até eliminar fungos, mas nada poderá ser feito contra as micotoxinas já produzidas por eles.
Sempre adicionar à mistura de sementes substâncias absorventes de micotoxinas à base de alumino silicatos. Existem vários produtos no mercado. Empregamos, principalmente, Lavinex Pet, que vem acondicionado em saches de 3g, quantidade indicada para cada Kg de mistura de sementes ou farinhada.O Aflatox é outra opção.
Limpar as sementes é fundamental. Grandes criadouros, que manejam maiores quantidades de sementes devem empregar máquinas apropriadas. Existem muitas opções no mercado, dimensionadas para varias necessidades. A limpeza de pequenas quantidades de sementes pode ser feita com o auxilio de um ventilador e de duas peneiras. Basta despejar pequenas quantidades de sementes de uma peneira para a outra, fazendo com que durante a queda passem por frente do sopro do ventilador. O processo deve ser repetido até que a porção de sementes esteja limpa. Com um pouco de prática, ajustando bem a altura da queda pelo afastamento das peneiras (uma derramando e outra aparando) e regulando a distância e velocidade do ventilador se obtém um ótimo resultado.
O armazenamento em lugar seco e fresco contribui para a conservação das sementes.
As cascas das sementes devem ser removidas dos comedouros e a mistura recompletada diariamente. Semanalmente a mistura deve ser totalmente removida dos comedouros, que devem ser limpos e reabastecidos.
Evitar armazenar sementes por muito tempo.

FARINHADA:
Hoje são facilmente encontradas no mercado farinhadas prontas, balanceadas para as diversas espécies de pássaros.
As farinhadas são um importante componente do manejo alimentar. Além de possibilitarem um melhor equilíbrio da dieta, permitem a inclusão de vários complementos como prebióticos, probióticos, suplementos vitamínicos, remédios, vermífugos, premix, aminoácidos etc..
A farinhada é de fundamental importância na alimentação dos filhotes. Se uma fêmea não estiver acostumada a se alimentar com farinhadas, dificilmente ira inclui-la na alimentação dos filhotes.
Empregamos em nosso criatório uma mistura de farinhada comercial com ovos cozidos passados nas peneiras.

PREPARO DA MISTURA:
Ovo de galinha, cozido em fogo baixo por 20 min (contar apenas o período de fervura), passado por uma peneira metálica fina, dessas de coar chá. A clara de ovo contém uma proteína chamada de avidina, que se liga a biotina muito ativamente. A avidina é um fator anti-nutricional, que atrapalha a absorção de biotina, cuja deficiência poderá causar distúrbios neuromusculares. O cozimento da clara de ovo desnatura a avidina e abole a atividade de ligação à biotina.
O ovo deve ser cozido por 20 min (fervura em fogo baixo). Um tempo de cozimento menor não neutraliza a avidina nem garante a eliminação de salmonelas. Um tempo de cozimento maior implica em perda de nutrientes.
Para cada ovo adicionamos 3 colheres (de sopa bem cheias) de farinhada.
O resultado é excelente. A farofa fica com cerca de 16 % de proteína bruta, o que poderá variar conforme a farinhada empregada ou a mistura de sementes adotada.
Servimos pela manhã e retiramos no final da tarde.
No caso da alimentação de filhotes ainda podem ser incluídos, além de prebioticos e probioticos, promotores de crescimento e até antibióticos, nos casos de mortalidade de nidícolas.
A farinhada com ovos deve ser retirada no final do dia.
Para o plantel oferecemos essa mistura 3 vezes por semana, durante toda a fase de manutenção e muda. Na época de alimentação de filhotes, a mistura é oferecida diariamente.

ALIMENTOS EXTRUSADOS:
É sabida pela maioria dos mantenedores de pássaros em cativeiros que as sementes não são uma fonte de nutrientes adequada. São carentes de vitaminas A, D3, K, B12, C, colina, lisina, cálcio e sódio. Também é sabido que o pássaro escolherá as sementes mais palatáveis de acordo com a sua preferência, desequilibrando a dieta por mistura de sementes. Além disso, as sementes estão envolvidas, direta ou indiretamente, na maioria dos problemas de saúde das aves de gaiola, já que, normalmente, estão contaminadas por fungos, bactérias e produtos alergênicos. Ainda apresentam o risco dos agrotóxicos empregados no seu cultivo.
Pesquisas em nutrição de aves têm feito grandes avanços e, como resultado, os fabricantes tem sido capazes de formularem variadas e nutritivas rações. As vantagens dos produtos extrusados incluem, além do correto balanceamento, a ausência de pó, de bactérias e a possibilidade de empregar uma semente aproveitando suas qualidades e descartando as suas substâncias nocivas. Muitos criadores dão testemunho de melhora nos índices reprodutivos com o uso de rações extrusadas.
Qualquer mudança no regime alimentar deve ser gradual. A transição deve ser sempre suave.
Alguns criadores adotam as rações e outros não. A transferência na posse de um pássaro de um para outro criador pode levá-lo a significativo stress, ainda mais se a mudança de regime alimentar for radical.
Adotamos em nosso criatório a opção de oferecer em comedouro separado as rações da Alcon (Alcon Club Curió), de forma permanente e independente de outros alimentos da dieta. Notamos que na média, nossas aves consomem 5 % da quantidade de alimentos sólidos ingeridos, na forma de ração extrusada. Dessa forma a microbiota intestinal se desenvolve adaptada aos alimentos extrusados e sua falta não seria dramática para um pássaro transferido para um criatório que não a adote.

AREIA E GRIT MINERAL:
Pássaros não possuem dentes, com isso uma mistura de grit mineral, areia fina, farinha de conchas de ostras, carvão vegetal e sedimento calcário age como promotor de eficiência alimentar, beneficiando e ajudando os pássaros a digerirem o alimento. Colocamos a mistura em uma vasilha do tipo porta-vitaminas e a mantemos em todas as gaiolas.

OSSO DE SIBA:
A matéria prima para a fabricação do osso de siba é a sépia, um molusco da família da lula, que possui uma concha interna. Essa concha é rica em minerais, principalmente o cálcio, devendo ser fornecida para pássaros de todos os tipos, durante todo o ano, principalmente nas épocas de postura e muda das penas. Em cada uma de nossas gaiolas é colocado um bloco fabricado (Ossiba) preso à grade, que fica a disposição dos pássaros. Além da reposição de cálcio, os pássaros usam o bloco para afiar o bico. Confiamos no instinto das aves para regular o seu consumo.

FRUTAS E VERDURAS:
Não há inconveniente em que se ofereça aos pássaros verduras e frutas. Cabe, no entanto a preocupação com sua origem, pois a contaminação por agrotóxicos pode ser é fatal.
A preferência recai sobre as verduras amargas como Almeirão, Chicória e outras. O jiló é muito bem aceito pelos curiós. Também o milho verde é apreciado, mas não deve permanecer na gaiola por mais de algumas horas.
Devemos evitar Couve, principalmente na época da reprodução pela possibilidade de cólicas intestinais. O alface tem propriedade calmante e desestimula o canto dos machos. Em nosso criatório não ministramos frutas, verduras ou legumes por considerarmos mais risco do que benefício.

ALIMENTOS VIVOS:
O uso de alimentos vivos, como minhocas, grilos e, principalmente tenébrios, embora se constitua em boa fonte de proteínas de origem animal, está constantemente relacionado ao aparecimento de infestações por fungos e intoxicações por micotoxinas. O maior beneficio do fornecimento de larvas de tenébrio é o aspecto psicológico para o pássaro. Alimentam seu instinto predador. Em segundo lugar está o seu alto teor de fósforo, cuja relação extremamente desequilibrada com o cálcio, pode ser facilmente ajustada pelo oferecimento de outras fontes de cálcio.
O valor protéico da tenébrio se iguala ao das boas rações para pássaros (cerca de 20 %), mas pode variar muito segundo a alimentação recebida, com a desvantagem de não ser de grande digestibilidade.
O seu teor de gordura, também variável em função da alimentação recebida, fica por volta de 13 %.
Na época da muda os pássaros se tornam pouco ativos e acabam por queimar menos calorias. O fornecimento das larvas em grande quantidade, na época da muda, poderá implicar em pássaros com problemas de obesidade, e, naturalmente com seu potencial reprodutivo comprometido.
É importante que se mantenha uma cultura sem desenvolvimentos de fungos no substrato, ou, no mínimo, com a inclusão de absorventes de micotoxinas.

FONTE EXTRAÍDO DO SITE CANTO E FIBRA.


DOENÇAS E PARASITAS

Introdução:
Tenho sempre como norma na minha criação, não administrar nenhum medicamento preventivo, nada. Sigo sempre a orientação de veterinários.
Sempre primo pela saúde do plantel com muita higiene, água limpa e fresca, sol constantemente, alimentação seca, sementes livres de fungos e novas, adquirindo em lojas de total confiança e evitando ambientes úmidos e pouco ventilados, preferindo sempre os mais quentes e menos abafados.

ÁCARO VERMELHO:
É parasita noturno, se protegendo e reproduzindo em frestas, rachaduras e vãos, durante o dia. Seu ciclo de vida pode ser completado em uma semana. Em criadouros pode permanecer por 6 meses, após a retirada das ave. A transmissão do problema se dá através de objetos "contaminados" como: gaiolas, comedouros, capas de gaiolas, outros acessórios e pelo próprio trânsito de pessoas de um criadouro a outro.
Eles causam incômodo noturno, quando vão se alimentar (sangue). A ave não dorme direito, se estressando e perdendo nutrientes para o parasita. Podem causar: diminuição da eficiência reprodutiva nos machos, diminuição da postura nas fêmeas, diminuição da velocidade de crescimento dos filhotes, fraqueza, letargia, e diminuição de apetite.
Dificilmente leva a morte. Como profilaxia (prevenção): fazer quarentena das aves adquiridas, higiene de galpão, gaiolas e acessórios, tratamento preventivo de aves suspeitas, evitar que aves de torneio retornem diretamente ao plantel, pois podem estar portando o parasita, adquirida de outra ave comprometida.

Fonte: revista Passarinheiros e Cia, Dr. Luiz Alberto Shimaoka.

ÁCARO DE PERNA E FACE: (knemidocoptes)
Causa sarna de bicos, penas, e pés.
Vive sob as sob e pele da ave, em galerias, promovendo a coceira. A contaminação por este é multifatorial, sendo que as principais são: umidade ambiental baixa, hipovitaminose A (deficiência de vitamina A) , deficiências nutricionais. O ácaro após infectar uma ave, pode ficar até dois anos, em forma latente (dormente), sem levar o quadro clínico da doença. Causam lesões queretinizadas proliferativas (crostas) ao redor do bico, anus, pernas e pés. Geralmente as infecções crônicas (de longa data) levam a deformação de bicos e unhas. Como profilaxia (prevenção): fazer quarentena e tratamento preventivo das aves, cuidados com a higiene de gaiolas acessórios e ambiente, correção alimentar, ambiente de criação de aves deve ser bem ventilado e arejado, mas sem corrente de vento.

Fonte: revista Passarinheiros e cia, Dr. Luiz Alberto Shimaoka.

PIOLHO DE PENA:
Causado por ácaro que se alimenta da própria pena , as cerdas ficarão com aspecto "roído", quebrado imperfeito e sem brilho. Dependendo da quantidade de ácaros, podem comprometer o vôo e retenção de temperatura ( pois as penas agem como protetor e isolante térmico) Alem do aspecto estético que fica prejudicado pela presença de penas imperfeitas. Profilaxia (prevenção): fazer quarentena e tratamento preventivo das aves, cuidados com a higiene de gaiolas acessórios e ambiente, correção alimentar, ambiente de criação de aves deve ser bem ventilado e arejado, mas sem corrente de vento.

Fonte: revista Passarinheiros e cia, Dr. Luiz Alberto Shimaoka.

ISOSPOROSE OU COCCIDIOSE:
Agentes causadores: Isospora lacazei e outras espécies do mesmo gênero. É um micróbio semelhante ao que causa as eimerioses. O reconhecimento só é feito pelo exame microscópico na fase adulta.
O micróbio é expelido pelas fezes e, ao atingir a faze adulta no chão, pode infectar os pássaros pelo ar, através da comida e da água.
Os pássaros adultos podem ser portadores da isosporose sem apresentarem os sintomas da doença, porém as fezes contaminadas podem atingir outros pássaros ou os próprios filhotes.
A infecção se agrava nos filhotes por serem mais sensíveis.
Sintomas: Os pássaros ficam tristes, arrepiados, sem forças para voar, mesmo que deles nos aproximemos. As fezes se tornam moles e as vezes sanguinolentas.
Os olhos ficam com as pálpebras semicerradas, um pouco inchadas, e, às vezes, purgando.
A autópsia revela intestino inflamado, com parede avermelhada,e , às vezes, com sangue. Manchas esbranquiçadas podem estar espalhadas pela parede intestinal.
Controle da doença: Muita higiene, evitar umidade.
Medicamentos indicados: Vitasol Coccidex, usar por no mínimo 5 dias, ou até o desaparecimento dos sintoma, ou medicamentos a base de sulfa.
Profilaxia: Limpeza diária das gaiolas. Evitar que pardais e outros pássaros comuns em liberdade sujem as gaiolas ou a comida.

MALÁRIA OU PLASMODIOSE:
É transmitida por mosquito.
Agente causador Plasmodium praecox (existem outras espécies do mesmo gênero).
A malária dos pássaros é produzida por agentes muito parecidos com a do homem, mas não há contaminação, nem de um nem de outro.
Sintomas: A ave fica arrepiada, febril, não se alimenta, os olhos ficam semicerrados e ela, freqüentemente, tem dificuldade de respirar. (a toxiplasmose possui sintomas semelhantes.)
Controle da doença: Em aves já doentes deve-se ministrar cloridrato de quinina, na dosagem de 1,5 miligrama ao dia. Prepara-se uma solução de 2% e dá-se, em duas vezes, cinco gotas por vez.

Fonte: Como criar curiós e bicudos com sucesso - José Mitidieri

COLIBACIOLIOSE:
É de difícil diagnóstico em vida. somente um exame feito na autópsia pode detectá-lo. Pode ser confundida com cólera, quando o pássaro morre em pouco tempo.
Controle da doença: higiene das instalações e imediata remoção do pássaro doente.

Fonte: Como criar curiós e bicudos com sucesso - José Mitidieri

PARATIFO:
Agente causador: Salmonella typhimurium (podem ocorrer outras espécies, excluindo-se a S. pullorum e a S. gallinarum).
Sintomas: Os pássaros ficam "encorujados" e apresentam fezes sanguinolentas. A doença é fatal, na maioria dos casos.
Controle da doença: Eliminar o pássaro doente e desinfetar muito bem o local.
Fonte: Como criar curiós e bicudos com sucesso - José Mitidieri.

CÓLERA:
Agente causador: Pasteurella avicida
Sintomas: Os pássaros ficam enfraquecidos, as fezes ficam muito moles, sanguinolentas de de coloração amarelada.
A autópsia revela coração com secreção líquida turvas e sinais de sangue, pulmões vermelhos, intestinos também vermelhos e sanguinolentos, fígado com lesões de cor acinzentada.
A doença se propaga pelas secreções produzidas na boca e nariz.
Controle da doença. Usar medicamento a base de Sulfa (sulfatiazol, sulfametazina etc.)
Medicamentos modernos indicados: Neo-sulmetina SM, que é uma associação de sulfaquinoxalina e neomicina.
Põem-se dez gotas no bebedouro durante três dias. Descansa-se dois dias e repete-se o tratamento.
Avemetasina, que é uma associação de sulfaquinoxalina e sulfametasina.
É preparada com 2,5 ml do para um litro de água. Adiciona-se uma colherinha de café de bicarbonato de sódio.
Existem outros medicamentos como o Statyl, Averol, Tique-Taque, Averex, Avitrin antibiótico etc.

Fonte: Como criar curiós e bicudos com sucesso - José Mitidieri.

CORIZA:
Agente causador: Hemophilus gallinarum (forma aguda). Corpusculo cocobaciliforme ( forma lenta). As duas vêm associadas.
Sintomas: Secreção aquosa nos olhos e narinas.
Com a evolução da doença, as narinas ficam completamente obstruídas. Os olhos, em virtude da infecção,ficam inflamados e a ave perde a visão.
Ocorrência: Em locais sujeitos a ventos frios e lugares úmidos.
Controle da doença: É recomendado somente no início. Usar Argirol a 10% para pingar nos olhos. Misturar na comida Sulfatiazol a 1% durante cindo dias.
Fonte: Como criar curiós e bicudos com sucesso - José Mitidieri.

ASPERGILOSE:
Agente causador: Aspergillus fumigatus (e diversos fungos do mesmo gênero).
Há possibilidade de serem infectados as vias respiratórias, os olhos e a pele.
Sintomas: Quando a infecção se dá nas vias respiratórias ( pulmão), o pássaro respira mal, emagrece e morre.
Controle da doença: O tratamento consiste somente na prevenção. Evitar alimentos estragados e mofados e a umidade.
Quando a infecção ocorre nos olhos, percebe-se que estes ficam irritados e lacrimejantes. A aspergilose não deve ser confundida com coriza e a difteria.
A infecção cutânea provoca perda das penas, que se quebram facilmente.
Controle da doença: É feita com rigorosa higiene em locais bem arejados e ventilados.

Fonte: Como criar curiós e bicudos com sucesso - José Mitidieri.


REPRODUÇÃO

Na natureza o curió defende com muita garra seus domínios. Se alguma outra ave se aproxima do ninho, ele a repelirá até com certa violência. Em cativeiro não será difícil procriar a espécie, desde que seja reconstituído o seu habitat natural. para isso, você deve criá-lo em gaiolões ou viveiros. Nos viveiros devem ser plantadas pequenas árvores como pinheirinho. Nos gaiolões, devido ao espaço menor, coloque alguns ramos de bucho (tipo de vegetação) para a fêmea usá-los na construção do ninho. Este ninho pode ser encontrado em qualquer loja especializada e colocado no viveiro ou gaiola. O importante é colocar as gaiolas ou os viveiros em local arejado, que não seja escuro, não sofra correntes de ar e nem excesso de calor ou frio e, se possível, receba os raios solares da manhã.
O reprodutor deve gozar de total saúde, e a fêmea também deve estar com boa saúde e deve estar pronta para a procriação. Não se deve cruzar pássaros consangüíneos para não ocorrer degeneração. A fêmea deve ter de 1 a 4 anos de idade, que é seu período de postura, embora algumas continuam com a postura mais tempo. Depois do nascimento do filhote é aconselhável tirar o macho e deixar só a fêmea, mas o macho deve estar por perto para ensinar o filhote a cantar.
Para que o acasalamento aconteça, coloquem o macho e a fêmea inicialmente em gaiolas separadas, mas próximas uma da outra. Após cinco dias desse "namoro" à distância, junte os dois na mesma gaiola e deixe-os juntos para cruzarem durante 1 ou 2 meses. É nesse tempo que a fêmea vai preparar o ninho. A fêmea normalmente põe dois a três ovos, que são chocados em torno de 12 dias. Quando os filhotes nascem, levarão cerca de 10 a 14 dias para saírem do ninho. É nesse período que os filhotes começam a exercitar as asas e as pernas, por isto, você deve colocar o ninho em lugar baixo para evitar que os filhotes morram por uma eventual queda. Com 20 a 25 dia os filhotes começam a gorjear (cantar).
Quando eles estiverem com 30 dias mais ou menos, já se alimentam sozinhos e você deve retirá-los da companhia dos pais. Isso é muito importante porque o macho, inexplicavelmente, poderá feri-los se ouvir cantos de outros pássaros. Por isso, coloque os filhotinho em gaiolões para voarem e se desenvolverem.
O curió é conhecido pela higiene e limpeza do ninho. Isso é tão marcante na espécie que alguns criadores não colocam mais a coleira de identificação na perna dos filhotes enquanto estão no ninho, porque a mãe curió vai retirá-las podendo até ferir os filhotes nessa tentativa. Ela não aceita nenhum objeto estranho ou sujeira no ninho.
A troca de pena e bico é feita no período de abril a junho (podendo variar de um pássaro para outro e de regiões), neste período há uma queda da resistência e o curió está sujeito a pegar febre e outras doenças. Convém cobrir a gaiola para evitar o vento e, dar boa alimentação e deixar a gaiola bem limpa. Neste período o curió provavelmente deixará de cantar.

INTRODUÇÃO:
As instalações do criadouro ficaram prontas, tudo estar nos seus devidos lugares, opções por este ou aquele tipo de prateleiras, gaiolas com pintura eletrostática, sonorização, escolha de equipamentos, Timer etc. Tudo em ordem é chegado o momento mais importante. A hora da aquisição das matrizes. Todos nós gostaríamos de adquirir as melhores matrizes e que elas nos proporcionassem logo em seguida excelentes ninhadas para que todo o nosso esforço fosse compensado não é? O quanto seria bom... Mas não é desta forma que a "Banda Toca" ou melhor "Que o Curió Reproduz" as armadilhas encontram-se espalhadas por todas as partes e, não seria agora que estaríamos livres delas, portanto, listei alguns procedimentos que não devem ser prescindidos em nenhuma hipótese, mesmo que você queira não deve se enganar, é, às vezes a gente tem destas bobagens e tentamos enganar a nós mesmos achando que não pode ser, que não vai acontecer com a gente e facilitamos, “’Aí o Bicho Pega".

PROCEDIMENTOS PARA FORMAÇÃO DO PLANTEL

CRIAÇÃO DOMÉSTICA DOS CURIÓS:
1. O primeiro passo é definir qual o tipo de dialeto (cantoria) você pretenderá ensinar, e o estilo da sua criação, pois o sucesso canoro dos futuros filhotes dependerá muito das opções que você terá de fazer agora, quanto à genética do plantel no tocante a canto longo, canto curto, temperamento (Fibra), repetição etc. É neste momento que será determinado o futuro da sua criação, e a garantia dos investimentos. "Lembre-se que não se tira leite de pedras".

2. Feitas às definições você não deve adquirir em nenhuma circunstância, nem mesmo por doação pássaros sem comprovação testemunhal e documental de procedência. A documentação legal deve estar impecável, a numeração do anel no tarso do pássaro deve ser minuciosamente conferida em todos os seus caracteres não restando dúvidas quanto à clareza do seu CTP (IBAMA) que deve Ter todos os campos preenchidos e não conter rasuras.

3. Procure fazer contato com criadores previamente selecionados por você, e que atendam as suas definições, para agendar uma visita ao seu criadouro com vistas à aquisição de filhotes fêmeas. No dia da visita você deve fazer-se acompanhar de preferência de um assessor, criador mais experiente que conheça o plantel ora visitado, e que seja da sua confiança, caso contrario contará apenas com a sua intuição e com as sugestões do criador visitado que poderá ajuda-lo a escolher. Em nenhuma circunstância adquira fêmeas com mais de seis meses o ideal seria três meses, para que façam a muda de ninho na casa nova, ou seja, no seu criadouro. Lembre-se a padreação dos pássaros a adquirir é o maior determinante da escolha, vá já sabendo o que quer, não se deixe levar por pechinchas ou oportunidades imperdíveis, só compre filhotes com três meses procedentes de pais que atendam aos seus critérios e definições.

4. Repita a visita a um maior número de criadores, pois sendo assim terá maior possibilidade de escolha e conseqüentemente poderá decidir por pássaros que atendam as definições com preços mais acessíveis. Um plantel bem diversificado quanto a linhagens tem muitas vantagens para quem inicia, garantindo uma maior possibilidade de sucesso em curto prazo. As definições para fixação de caracteres desejáveis devem ficar para mais tarde quando a criação já estiver em pleno estabelecimento e você já conhecer o potencial genético de cada fêmea e a linhagem a qual ela pertence. Ao passar do tempo, você irá adquirindo o conhecimento do seu plantel e ai sim, poderá efetuar novas seleções em cima desta ou daquela linhagem com muito mais segurança, buscando o aprimoramento genético. Acredito que a aquisição de oito fêmeas, duas em cada criadouro seja o ideal para formação do plantel que necessitará apenas de um padreador.

5. Os pássaros adquiridos devem possuir atestado de sanidade animal assinado por medico Veterinário, se forem viajar devem ainda possuir GTA - Guias de Transporte Animal para silvestres emitidas pelos Órgãos competentes ou Veterinários credenciados para tal fim em talonário próprio fornecido pelo Ministério da Agricultura.

6. Ao chegarem ao criadouro, inicia-se um processo de quarentena com as aves separadas em gaiolas de arame com pintura eletrostática de fundo gradeado e bandejas revestidas com papel, que será substituído de dois em dois dias. Como as aves possuem aproximadamente três meses e é bem possível que ao fim da quarentena já estejam em processo de muda de ninho iniciamos ai ainda na quarentena os preparativos para a muda que se aproxima.

Cuidados importantes a levar em conta

1. O Criadouro deve ficar perto de você de preferência aonde você passe a maior parte do tempo, você tem que acompanhar a evolução das fêmeas a todo instante. Nesta fase o sossego é fundamental, a princípio só você deve entrar no criadouro, com o passar do tempo (plena reprodução) outras pessoas também poderão.

2. A Iluminação nas gaiolas deverá ser a natural durante o dia com sol nascente de preferência, o sol é fundamental, mas não deverá bater nas gaiolas durante um período muito prolongado, a ventilação devera arejar o ambiente, contudo sem formação de corrente de ar nem excesso de umidade, o ar deverá estar sempre renovado. As aberturas deverão ser teladas para impedir a entrada de insetos.

3. As Gaiolas para reprodução do Curió devem ser específicas para tal fim, o espaçamento entre as faces dos arames (envaretamento) não devem ultrapassar a 12 mm sobre o risco de fuga dos filhotes. As gaiolas de criação deverão possuir as seguintes dimensões: 32 cm de altura 30 cm de largura e 58 cm de comprimento podendo variar um pouco conforme o fabricante. Deverão possuir divisórias removíveis no meio, grades e bandejas removíveis no fundo.

4. Os Ninhos são muito importantes, deverão possuir suporte de arame com diâmetro de 8.0 cm e receberem revestimento interno em capa de bucha vegetal de textura fina bem delgada apresentando certa transparência capas de se visualizar os ovos a uma simples olhada por baixo dos mesmos, as bordas deverão ser aparadas com tesoura rente ao aro de arame que forma a borda superior do ninho, não deve fixar a forração de bucha ao suporte a forração deve ficar solta sofrendo apenas pressão com os dedos para molda-la ao suporte. Ficarão estocados em local arejado aguardando o momento de entrarem em cena.

5. As Capas para as gaiolas deverão ser construídas em tecido fino de cor branca não transparente tipo Percal, Popeline etc. Possuirão dois zíperes (fecho éclair) na frente que abrindo de baixo para cima possibilitará a abertura de toda à frente da gaiola que será jogada por cima da mesma permanecendo com a frente aberta durante todo o tempo salvo exceções. Poderão ainda possuir velcron no lugar do zíper e possuirão aberturas com tampa com velcron nas cabeceiras para propiciar a passagem do padreador durante a corte e cópula. A alça superior deverá possuir abertura para sua manipulação. É fato controverso entre os criadores o uso da capa, mas, eu não abro mão e recomendo tendo em vista os resultados benéficos e psicológicos que as mesmas propiciam aos Curiós. Deverão ser substituídas imediatamente por outras durante o processo de lavagem, o que ocorrerá logo após a estação de cria. Tal procedimento deverá ser executado por etapas.

6. Disposição das gaiolas nas prateleiras para a prática da poligamia, as gaiolas deverão estar dispostas nas prateleiras observando-se o afastamento de 35 cm entre elas, para que se faça o encaixe da gaiola do macho entre duas gaiolas de criação. Utilizamos para facilitar a passagem do padreador no momento da cópula, placa de PVC, papelão, eucatex etc. removível como elemento de separação entre as gaiolas do padreador e a fêmea com os passadores abertos. Os filhotes destinados ao aprendizado de dialetos específicos que por ventura estejam nas prateleiras em regime de cria não poderão ouvir o canto dos padreadores.

7. O Manejo, para reprodução dos Curiós (Oryzoborus a. angolensis). As gaiolas das fêmeas e machos deverão dispor-se de tal forma que aproveitem ao máximo à luminosidade do ambiente e não possibilitem a visualização entre eles.

8. Alimentação Mistura de Sementes.
Logo após a muda anual de inverno (primeira muda após a muda de ninho) devem ser servidas as fêmeas uma mistura de sementes composta de 50% de alpiste, 50% de painço sendo 20% do verde, 10% do preto, 10% do vermelho, 10% do alvo. Sementes estas maquinadas para remoção de impurezas, e da melhor qualidade, o que se verifica pela coloração brilhante das mesmas, e ausência de pó oriundo da ação de pragas tipo gorgulho, caruncho etc. Resumindo coloca-se 100 sementes de cada, lote que dispomos nos nossos fornecedores para germinar em algodão embebido em água a melhor amostra é a que apresentar o maior número de sementes germinadas, esta é a semente que devemos comprar.

Fonte: Dr.Gilson Ferreira Barbosa
E-mail: gilsonferreirabarbosa@hotmail.com


PROBLEMAS DURANTE A REPRODUÇÃO


Introdução :
Estamos em plena estação de cria dos nossos pássaros e comumente nos defrontamos com uma vasta gama de dificuldades, especialmente aqueles criadores menos experientes. Dentre as dificuldades mais freqüentes que iremos enfrentar esta a Retenção de Postura praticada por algumas matrizes constituindo-se no maior problema enfrentado, pois via de regra se não for conduzido com competência e de imediato corre-se o risco de perdermos uma matriz excepcional.
Todo criador de pássaros passará um dia por esta situação, portando é indispensável que se adquira previamente os conhecimentos mínimos e indispensáveis para a solução do problema. O conhecimento da formação do ovo bem como sua postura é indispensável, pois com certeza irá ajuda-lo na solução da retenção de postura.

ANATOMIA E FECUNDAÇÃO DO OVO:
Pretendemos esclarecer de forma simples e sucinta, e em linguagem clara, os motivos que originam a retenção do ovo por determinada matriz dando conhecimento das causas que impedem a postura sem a ajuda externa do criador. Nosso objetivo é dotar o criador do conhecimento do problema para poder interferi de forma competente, no entanto faz-se necessário o conhecimento de alguns aspectos anatômicos e fisiológicos do sistema reprodutor das fêmeas, bem como do ovo.
Em toda a vida animal a reprodução se processa através do ovo, sendo que no caso das aves o ovo apresenta peculiaridades próprias, dentre elas o seu tamanho, que inclusive supera em muito o ovo dos mamíferos, este fato deve-se aos ovos das aves conterem reservas alimentares que serão usadas pelo embrião durante o seu desenvolvimento até a sua completa formação, que compreende o momento da postura até a eclosão, já que este desenvolvimento se processa fora do corpo da ave.
O ovo se desenvolve no ovário do pássaro a partir da célula reprodutora chamada óvulo que é envolvido pelo folículo que se prende ao ovário por um pedículo. Para facilitar o entendimento imagine um cacho de uvas em que os talos são os pedículos e as uvas os folículos contendo o óvulo.
No ovário encontram-se vários óvulos que se desenvolvem no momento em que as fêmeas atingem a maturidade sexual e “APRONTAM” Neste momento inicia-se a Solicitação de Cópula por parte da fêmea que se coloca em posição característica para que o macho efetue a monta e a fertilize, logo após a Cópula as fêmeas entram em “Tremulação da Plumagem” neste momento ocorre o rompimento do folículo e o ovo se desprende do ovário sendo recolhido pela trompa e fecundado na parte superior do oviduto daí a necessidade da tremulação das asas por parte das fêmeas. Uma única célula masculina fecunda todas as células femininas a união destas células causam a fecundação e em seguida o desenvolvimento do embrião. Baseado no exposto recomendamos apenas duas cópulas com intervalo de oito horas entre elas como sendo mais que suficiente para uma fertilização segura. A célula fecundada logo começa a se dividir, muitas divisões ocorrem Andes do ovo ser posto. Do momento da fecundação ocorrida no oviduto superior, até a formação da casca no oviduto inferior, o ovo percorre todo o oviduto em aproximadamente vinte e quatro horas é neste percurso que ocorrem os problemas de retenção do ovo.

OVIDUTO:
Após a fecundação no oviduto superior, os ovos em número de dois ou três, (caso do curió), iniciam uma corrida pelo pavilhão do oviduto para se processar a completa formação do ovo, como se fosse uma linha de montagem.
À medida que a gema vai sendo impelida através do oviduto vai recebendo as diversas camadas de clara em torno da gema até chegar no oviduto inferior para receber a casca composta de Carbonato de Cálcio, todo o processo é concluído em no máximo vinte e quatro horas para a postura do primeiro ovo. Caso esta previsão não se concretize, providências imediatas se fazem necessárias no intuito de promover a expulsão do ovo em questão.

RETENÇÃO DO OVO:
No momento da fecundação o ovo tem a forma de uma esfera, e desloca-se com muita facilidade pelo oviduto, à medida que vai recebendo seus componentes tais como: Gema, Clara, Membranas e Casca sofre gradualmente uma transformação da forma esferoidal do início, para a forma ovóide que nós conhecemos dotada de duas extremidades ou pólos que lhes confere uma estrutura bastante resistente e anatomia escorregadia resultante das tensões exercidas pelo oviduto durante a sua expulsão em direção ao orifício exterior de saída.
As extremidades ou pólos do ovo estão dispostas segundo o processo de expulsão submetido pelo oviduto, sendo uma extremidade pontuda e a outra rombuda, a pontuda denominaremos de vértice e a rombuda de coroa do ovo. Durante o deslocamento, mediante a aplicação de tensões oriundas da constrição do oviduto conforme Ilustração-01 aonde o ovo é empurrado em direção ao orifício de saída aonde podemos ver as contrações do oviduto para expulsa-lo, nesta fase o ovo já se encontra completamente formado, sendo que só no final do oviduto receberá a casca Calcária.

Ilustração - 01
Podemos ver o ovo da esquerda completamente formado no interior do oviduto, nesta fase ainda não recebeu a casca calcária, o ovo do centro representa o deslocamento do ovo da esquerda que está sendo empurrado pelas paredes do oviduto mediante um sistema de músculos constritores que exercem pressão “MONO POLAR” sobre o vértice do ovo, esta pressão produz o deslocamento do mesmo no interior do oviduto até alcançar o orifício de saída situado na cloaca.
O ovo da direita mostra que o oviduto continua exercendo esforços de constrição pela redução interna do conduto, resultando em contrações que impelem o ovo para a parte final do oviduto aonde receberá a casca calcária e em seguida será expelido para o exterior resultando na postura.


Ilustração - 02
Comumente os criadores de curiós costumam dizer que o ovo atravessou ou encontra-se atravessado, já percebemos pelo o que, até agora foi demonstrado, que tal afirmação não procede, não tem como o ovo atravessar no oviduto.
A retenção ocorre quando os músculos constritores exercem pressão “BIPOLAR”, ou seja, a mesma pressão que é exercida no vértice para desloca-lo em determinado sentido é também exercida na coroa produzindo o mesmo deslocamento só que em sentido contrário, logo, uma força anula a outra não produzindo deslocamento algum. Podemos visualizar os efeitos da pressão bipolar dos músculos constritores na Ilustração - 02 bem como a retenção do ovo.




Ilustração - 03

Consideramos ainda pela freqüência que ocorre o caso em que, a deficiência de cálcio na alimentação, ou mesmo a precocidade sexual de algumas fêmeas muito jovens bem como fêmeas em fim de vida produtiva (matriz velha) propiciam a formação de “OVO MOLE” ou seja, a casca do ovo não endurece durante o processo de sua formação não oferecendo reação ao esforço de constrição, em conseqüência não há o deslocamento natural, este fato e originado pela “PRESSÃO CENTRADA” que o oviduto exerce sobre o “OVO DE CASCA MOLE” que o deforma, impedindo o seu deslocamento conforme observamos na Ilustração-03.



CÓPULA E PROSTRAÇÃO:
De alguma forma todos os criadores de Curiós enfrentarão problemas relacionados à postura de ovos por parte de suas matrizes, em última estância enfrentarão situações de dúvida em relação à cronologia que envolve o período que vai desde a cópula até a postura, via de regra este período varia provocando incertezas quanto ao momento da postura, quando devemos interferir e como fazer esta interferência. O criador de Curiós precisa a princípio adquirir conhecimentos mínimos do que está acontecendo no interior do sistema reprodutor enquanto observa externamente o comportamento e sintomas apresentados pela fêmea, este relacionamento entre o observado externamente (sintomas) com o interno oculto é fundamental para uma tomada de posição frente a uma retenção de ovo por parte da fêmea.
Antes de descrever o método pelo qual o criador fará a intervenção, julgo indispensável à obtenção de um diagnóstico do problema com extrema precisão, para tanto o criador em espacial os principiantes precisam adquirir os conhecimentos necessários a produção do “Diagnóstico Diferencial” e comparativo com situações de normalidade descritas a seguir.
Durante o mês de agosto a início de setembro as fêmeas de Curió iniciam a construção do ninho (mesmo que seja simbólica, mediante fornecimento de pequenas raízes), tal comportamento nas fêmeas novas indicam o amadurecimento sexual, e nas adultas o início do “APRONTAMENTO”. Paralelamente, transformações internas se processam para que se possa observem tais comportamentos externos. Neste momento, ocorre internamente o amadurecimento do óvulo, a cápsula ovária (folículo) presa ao ovário rompe-se e o óvulo cai na trompa (primeira parte do oviduto aonde se processará o seu encontro com os espermatozóides.
Externamente verificamos a conclusão do ninho por parte da fêmea e ela começa a solicitar a Cópula, esta solicitação ocorre sempre que a fêmea escuta o Cortejador cantar (pode ser eletrônico) ou na presença de um curió ou mesmo do tratador. É o momento de efetuar a cópula (este comportamento se verifica no máximo durante 72 (setenta e duas horas), ou seja, 03 (três) dias, em algumas fêmeas dura apenas 24 (vinte e quatro) Horas, e em alguns casos raros não chega se quer a ser notado) sendo que recomendo efetuar 02 (duas) cópulas no máximo, sendo uma pela manhã e a última no fim da tarde do mesmo dia, não aconselhamos deixar o curió cruzar várias vezes por ser tal prática contraproducente e desnecessária.
Neste momento ocorre internamente a queda do ovo na Cavidade Geral (Trompa) aonde se processará a fecundação do óvulo por apenas um único espermatozóide (o mais vigoroso que chegar primeiro ao óvulo) colocado pelo macho na cloaca da fêmea, e numa maratona deslocam-se subindo o oviduto para atingir o óvulo e fecunda-lo, estes são impulsionados pela Tremulação da Plumagem, que nada mais é que o elemento propulsor dos espermatozóides que sobem pelo oviduto até atingir o óvulo e fecunda-lo.
Ao penetrar no óvulo este se recobre de uma película que impede a entrada de outros e, inicia-se a fecundação interna com o surgimento do blastoderma ou núcleo de segmentação que se divide em dois, quatro, oito, 16 partes e assim por diante iniciando-se desta forma a vida embrionária. O ovo é então impelido para o exterior mediante os esquemas das Ilustrações 01, 02, e 03.
Neste momento externamente observamos ao olhar a fêmea de frente um certo volume no “oveiro” é a presença do ovo que será expelido para o exterior através do orifício anal. (Posto o ovo, ele manterá as suas faculdades germinativas do blastoderma por algum tempo, já obtive bom resultado até com 10 (dez) dias, devemos vira-los diariamente e mantê-los a baixa temperatura (22°C) com umidade controlada). Geralmente a postura ocorrerá sem problemas nas próximas 24 (vinte e quatro) horas e pela manhã, caso não ocorra, e a fêmea não apresente acentuado sintoma de prostração, não temos com que nos preocupar, tristeza moderada é normal, a postura ocorrerá até com 48 (quarenta e oito) horas (observar ilustração-01) caso contrário, surgirá fatalmente os sintomas de Prostração que se nada for feito por parte do criador evoluirá para uma Pré Coma, seguida de Coma e Óbito.
Dois casos distintos de “Retenção de Ovo” tem sido observados e estudados, na Ilustração-02 Pressão Bipolar e na ilustração-03 Pressão Centrada (ovo de casca mole) o criador poderá lançar mão da técnica conhecida como Método da Impulsão Externa, para indução da postura que descreveremos a seguir.

INDUÇÃO DA POSTURA

- MÉTODO DA IMPULSÃO EXTERNA:
Decorridas 24 horas da cópula ou 72 horas como limite máximo, cabe-nos observar se a fêmea apresenta tristeza acentuada, geralmente acompanhada de respiração ofegante, plumagem grossa (embolada), e se estiver sobre o fundo da gaiola não reagindo a ser colhida com a mão, em caso afirmativo, trata-se de caso clássico de Retenção de Ovo. Este diagnóstico não falha. Os sintomas poderão ocorrer na postura do primeiro ovo, no entanto temos verificado o problema também na postura do segundo (Caso da casca mole é mais freqüente no segundo ovo). Ocorre ainda na postura de um só ovo que pode ser mole, ou, duro avantajado.
Constatado o quadro descrito a cima colocamos imediatamente em prática o método da Impulsão Externa que consiste no seguinte.

1° Passo:
Colhemos a Curiôa cuidadosamente com a mão direita (devemo-nos acercar de todos os cuidados para que a enferma não se debata nem alce vôo de nossas mãos) colocamos de costas sobre a palma da nossa mão esquerda de forma que o dedo médio faça o apoio nas costas e com o dedo indicador e anular da mesma mão prendam suas azas garantindo-nos uma boa contenção. (se não dispor desta habilidade manual solicite ajuda a terceiros).

2° Passo:
Com a mão direita livre, utilize as extremidades dos dedos indicador e anular para localizar o osso externo do peito “Quilha” e, deslocando-o em direção ao anus encontramos a cavidade abdominal logo abaixo das costelas, esta parte da ave é desprovida de ossos e suavemente deslocamos os dedos ligeiramente abertos sobre os intestinos buscando manter sempre a simetria do abdômen em relação a linha definida pelo osso externo, ai aplicamos nesta área leve pressão em direção ao orifício anal, podemos mediante a sensibilidade das extremidades do dedo localizar o ovo por apalpação e determinar quantos são e a condição de casca se mole ou dura.
Efetuamos mediante a constatação por apalpação com as extremidades dos dedos movimentos lineares dotados de leve pressão que vão do osso externo até o local aonde se encontra alojado o ovo. Ao sentir o ovo sobre os dedos saberemos o grau de dificuldade para expulsa-los, pois, se a casca for mole a dificuldade esta na constrição dos músculos do oviduto que deformando-o impedem-no de sair. Se a casca for dura a dificuldade será pela pressão bi polar exercida pelos músculos constritores, logo que tenhamos conhecimento da situação quanto ao tipo de casca procederemos de maneira diferenciada.

3° Passo:
Se o ovo possui casca mole podemos efetuar uma pressão maior com as pontas dos dedos indicador e anular até encontrarmos a extremidade vértice do ovo, (procedendo desta forma não corremos o risco de exercermos pressão sobre o ovo o que fatalmente o romperia) neste ponto efetuamos movimentos delicados de pressão que irão estimular ou mesmo substituir as contrações e ajudar a impelir o ovo através do oviduto até o orifício anal. Como podemos verificar o processo é demorado, então precisamos intercalo-lo com instantes de descanso o que provoca muitas das vezes uma retomada das contrações por parte da Curiôa e geralmente a postura ocorre durante o período de descanso. Caso contrário, retomaremos as pressões anteriormente descritas, intercalando-as com períodos de descanso até que se verifique o surgimento de um ponto branco que crescerá à medida que o método se desenvolve até o surgimento de boa parte da coroa do ovo, neste momento mediante o uso de uma seringa dotada de agulha grossa e sem ponta (agulha de uso bovino) efetuamos uma punção de todo o conteúdo do ovo e em seguida puxamos a sua casca membranosa e vazia com a ajuda de uma pinça finalizando desta forma todo o processo, a fêmea em dois dias estará totalmente recuperada, no entanto é recomendável coloca-la por algumas horas em local aquecido para recuperar-se.
Se o ovo possui casca dura o processo é o mesmo, devemos apenas tomar o cuidado de não efetuar pressão sobre o ovo e sim sobre a sua extremidade vértice em direção a sua saída, é necessário tranqüilidade e concentração durante todo o processo que deve ser intercalado por descanso até atingirmos o objetivo. A segurança do executor do método é fundamental, deve repousar no fato de ter adquirido todos os conhecimentos necessários à prática do mesmo, pois não há lugar para insegurança ou vacilo, iniciado o processo devemos ir até o fim. Em alguns casos a postura pode ocorrer logo após a massagem, para tanto o ovo deve deslocar-se até a cloaca.
Acreditamos que a divulgação do método descrito não se constitui novidade entre os criadores de pássaros que já os praticam há décadas, no entanto o criador iniciante encontrará ao seu dispor as informações necessárias e capazes de salvar a vida de várias fêmeas em reprodução. Observar conjunto de fotografias anexadas.

Autor Gilson Barbosa
gilsonferreirabarbosa@hotmail.com

 
VETORIZAÇÃO

Definição:
Vetorização é o nome que damos ao resultado canoro conseguido através do estado “psicológico condicionado” resultante da atuação de elementos sonoros, instrução do dialeto da espécie ou situações sonoras exteriores, impressas pelos órgãos dos sentidos, em momentos “geneticamente pré-estabelecidos” para memorização do dialeto da espécie. Ex: O filhote foi vetorizado com o canto Praia Grande Clássico. A afirmativa diz respeito a que tal filhote, embora estando na fase do corrichar na época apropriada irá assobiar tal dialeto, pois o mesmo encontra-se Vetorizado. O filhote passa a ser portador desta informação tornando-se um vetor deste dialeto que se encontra impresso.

CARACTERES DESEJÁVEIS DO FILHOTE:
Deve ser comprovadamente filho de Curió de excelente TEMPERAMENTO (fogoso), possuidor de BOA VOZ e REPETIDOR DE CANTO e já ter transmitido tais caracteres a filhotes de ninhadas anteriores.
Deve ser comprovadamente filho de Curiôa de excelente TEMPERAMENTO (fogosa), filha de curió possuidor de BOA VOZ e REPETIDOR DE CANTO e já ter transmitido tais caracteres a filhotes de ninhadas anteriores.

QUANDO INICIAR O PROCESSO:
Após o nascimento do filhote em questão, mais precisamente no 16º (décimo sexto) dia de nascido, ou seja, 3º (terceiro) dia após a saída do ninho (momento em que ocorre a manifestação dos INSTINTOS SELVAGENS do pássaro e ele perde a ingenuidade característica dos NIDÍCOLAS), momento em que o filhote fica arredio, arisco, (NIDÍFOGA) e tenta fugir da presença do criador, atentando contra as grades da gaiola, é neste momento que devemos iniciar o processo de VETORIZAÇÃO do dialeto mediante a implantação do método de CONFINAMENTO ÁUDIO E VISUAL, ainda em companhia da mãe.

MÉTODO DE VETORIZAÇÃO DO DIALETO

CONFINAMENTO AUDITIVO E VISUAL:
Conduzimos a gaiola da fêmea para uma Gabine de Vetorização ou recinto aonde as influências externas são totalmente eliminadas (ausência total de qualquer tipo de manifestação sonora) exceto a exposição sonora do DIALETO que se pretende vetorizar denominada de INSTRUÇÃO, executada através de equipamento CD-Player Programável, Toca Fitas Auto Revese ou Pássaro Eletrônico com excelente qualidade sonora, com exibições controladas por TIMER em número de 03 ou 04 exibições diárias com duração de no máximo 15 (quinze) minutos cada e intercaladas por pialadas e chamados entre cantadas, distribuídas da seguinte forma e horários.

- Das 05:30 (Cinco e trinta) horas às 05:45 (Cinco e quarenta e cinco) horas da manhã.
- Das 07:00 (Sete) horas às 07:15 (Sete e quinze) horas da manhã.
- Das 09:00 (Nove) horas às 09:15 (Nove e quinze) horas da manhã
- Das 17:00 (Dezessete) horas às 17:15 (Dezessete e quinze) horas da tarde

Os espaços compreendidos entre as exibições serão preenchidos com a utilização de um rádio sintonizado em emissora FM com volume moderado tendo como finalidade provocar o estímulo canoro do filhote e ao mesmo tempo criar uma dinâmica sonora no ambiente intercalada por falas do locutor quebrando a monotonia do confinamento, evitando que o filhote se interesse por eventuais influências sonoras que por ventura penetrem no ambiente. O volume do rádio não deve exceder a certos limites, pois há uma tendência dos filhotes tentarem suplantar o volume do rádio, transformando-se no decorrer do tempo em verdadeiros gritadores o que prejudicaria a formação do seu timbre, estragando para sempre o seu canto por adquirirem tal hábito. Caso seja usado Gabines de Vetorização, os espaços compreendidos entre as exibições poderão ser preenchidos por gravação sonora do barulho de água corrente como fonte estimulativa.
Ao completarem 30 (trinta) dias de nascidos os filhotes são separados do convívio da mãe que retornará ao criadouro para produzir a próxima ninhada ou se durante a cria dos filhotes ocorrer da fêmea solicitar a cópula (pedir gala), os filhotes devem ser temporariamente removidos da gaiola de criação para um recinto sonoramente seguro enquanto a cobertura da fêmea é efetuada longe da presença dos filhotes que em nenhuma hipótese devem ouvir o canto e as serradas do padreador durante a cópula sobre pena de inutilizarmos os filhotes. Logo em seguida retornamos os filhotes ao convívio da mãe que fará a postura e iniciará a incubação dos ovos sem negligenciar a sua tarefa de alimentar os filhotes separados por grade divisória.

APARTAÇÃO:
Aos 30 (trinta) dias de nascidos os filhotes são apartados da mãe em gaiolas individuais e encapados permanecendo no mesmo regime em que se encontravam anteriormente. Agora, sem a presença da mãe, inicia-se o CORRICHAR.
Procede-se em seguida a SEXAGEM, permanecendo no recinto apenas 01 (um) macho ou em caso de 02 (dois) machos na ninhada, o de melhor temperamento. Em nenhuma hipótese o filhote em questão deve ouvir ou trocar canto com outros filhotes. O ensino é individualizado por questões territorialistas e da busca do aprendizado com a máxima perfeição, sendo ainda que, os filhotes que aprendem a cantar em pequenos grupos adquirem uma série de hábitos indesejáveis, tais como abrir o canto e logo em seguida interrompê-lo para escutar a resposta do companheiro. Estabelecido este vício ficam inutilizados para sempre, o grupo não desenvolve o caractere repetição e passa a emitir apenas fragmentos do dialeto ministrado no afã da disputa que se instala entre eles por QUESTÕES TERRITORIALISTAS.
O filhote que submetemos ao método de CONFINAMENTO AUDITIVO E VISUAL após a apartação já tem memorizado todo o dialeto contido nas instruções, ou seja, O CANTO ESTÁ VETORIZADO e como a encapagem da gaiola lhe tira a visão, tal fato o leva a aguçar a audição (fenômeno este muito conhecido entre os deficientes visuais) buscando dar conta do que acontece no ambiente onde se encontra confinado, emitindo chamados ao menor movimento no recinto. A partir deste ponto passamos a ter o máximo de rendimento do método, mais também o máximo de cuidado com eventuais invasões sonoras indesejáveis no ambiente. Continuamos com as instruções nos horários anteriormente estabelecidos, bem como a utilização do rádio que pode ter o seu volume um pouco aumentado tendo em vista o aguçamento auditivo do filhote e, possibilidades de contaminação sonora vinda do exterior. Tais preocupações são dispensáveis com o uso das gabines de vetorização. Com o crescente desenvolvimento do corrichar o criador tende a submeter o filhote a um maior número de instruções e exposições mais duradouras. Tal tendência deve ser controlada sob pena de inutilizarmos o filhote, pois o excesso de instruções nesta fase é totalmente desaconselhada, tendo em vista que o filhote já foi vetorizado. Precisa-se apenas nesta fase exercitar-se estimulado pelo som do rádio (na natureza os filhotes nesta fase buscam os cursos dos rios e cachoeiras para estimular-se à prática do corrichado) para desenvolver a SIRINGE (órgão responsável pela fonação). Preparando-se para o surgimento dos primeiros assobios, a intensificação de instruções nesta fase provocará a total inibição do corrichar com o estabelecimento do medo, desinteressando-se pelo aprendizado e em casos mais graves se instala o DPA- Distúrbio da Plumagem do Pássaro com o surgimento da injúria da plumagem (auto depenação). O filhote deve ser mantido rigorosamente dentro do esquema previamente estabelecido.

MANEJO DO FILHOTE:
O ambiente em que mantemos o filhote deve ser relativamente confortável, bem arejado, desprovido de correntes de vento, umidade excessiva tais como banheiros e cozinhas e em nenhuma hipótese deverá ter as paredes revestidas de azulejo, cerâmica ou pastilhas pois tais ambientes não absorvem o som (por serem revestidos com material refletivo e não absorvente) das ondas sonoras provocando eco (reflexão da onda acústica pelas paredes) e reverberação (persistência de um som num recinto limitado, depois de haver cessado a sua emissão pelo pássaro). A conseqüência direta é a má formação do timbre, com a metalização da voz do filhote, dotando-o de um timbre com testura irritante, com a eliminação da maviosidade e maciez. (perde o veludo da voz). Tal preocupação é dispensada com o uso das gabines de vetorização.
O ideal seria um ambiente revestido com cortinas, se possível paredes revestidas de manta de espuma de nylon ou qualquer material absorvente sonoro. Aos 03 (três) meses ou próximo desta idade o filhote confinado inicia a emissão dos PRIMEIROS ASSOBIOS e em 15 (quinze) dias já está com o canto (ou o que ele estiver executando como canto) completamente limpo de CORRICHADOS. O canto a partir desta data será composto apenas por assobios inicialmente acelerados e meio descoordenados (dizemos que o canto está turbado) o que vai se ajustando com o passar dos dias. O filhote apresenta-se bastante agitado, muito nervoso irritando-se com muita freqüência, principalmente com o dorminhoco (pequeno poleiro alto da gaiola), efetuando com freqüência uma espécie de vôo giratório em torno da extremidade do dorminhoco com emissão de sons que se assemelham a um CHILREADO que acompanha os movimentos circulares (três a quatro voltas completas e contínuas no ar) que se assemelham ao pairar de um beija-flor em visita a uma flor, só que no caso em questão a extremidade do dorminhoco faz às vezes da flor e o filhote gira voando em torno da extremidade. Tal movimento é conhecido entre os criadores que usam o método pelo o nome de BEIJA-FLOR .(Não confundir com Salto Mortal LOOPED etc.)
Neste estágio, passamos a ministrar a instrução apenas duas vezes por dia (início e fim do dia), tomando por base a prática do método, temos verificado que os filhotes não suportam a massificação das instruções e se estressam retraindo-se, comprometendo todo o desenvolvimento da ALTO CONFIANÇA no momento em que começa a ter as primeiras experiências com o canto. As conseqüências são as piores possíveis pois, com instruções desnecessárias ocorre o desinteresse total do filhote e se estabelece o medo. Neste estágio o canto já se encontra vetorizado precisando apenas ser exercitado com tranqüilidade e moderação para que tenha um bom desenvolvimento. Ministrar instruções Longas e demoradas, nesta fase do ensinamento, estabelecerá Aspectos Territorialistas no filhote tais como disputas de canto com a instrução. Tal fato leva o filhote a fragmentar suas emissões de canto inibindo totalmente o processo de aprendizagem e repetição, quando não afeta o estado psicológico com o estabelecimento do medo causando danos irreversíveis tais como: Destruição do Temperamento (com abertura de asa constante), Auto Depenação, (arrancamento das penas pela ave) Afinamento (imobilização da ave no poleiro por longos períodos).
O filhote, em nenhuma hipótese, deve deixar o recinto de confinamento sobre quaisquer pretextos, e muito menos a capa ser removida; em nenhuma hipótese deve tomar conhecimento do mundo exterior para não dividir a sua atenção com o que acontece lá fora. Nesta fase, qualquer manejo da gaiola pode provocar a estimulação do temperamento levando o filhote a um estado de agitação e nervosismo que prejudicará todo o trabalho em desenvolvimento pois o manejo precoce pode desencadear o processo de repetição do canto antes que ele se forme completamente levando a ave a só cantar fragmentos, não mais se interessando pelo aprendizado, e pior ainda, estabelecer o hábito de repetir um fragmento de canto. O estado de agitação e nervosismo (enfezamento) que acometem filhotes de excelente procedência o leva a externar de forma exagerada um temperamento fortíssimo que conduz o filhote a uma fluência canora super abundante e exaustiva, provocando um cantar sem limites, levando o filhote a um estado de rouquidão irreversível quando não o derruba do poleiro num ataque fulminante que lhes ceifa a vida.
Registro aqui o fato de que alguns filhotes da linhagem ESTRELA BAIANA interromperam o corrichado entre 45 (quarenta e cinco) e 60 (sessenta) dias de apartação da mãe, iniciando precocemente a fase de limpeza do canto com emissões de assobios. Tal fato, embora muito desejável por parte dos criadores, tem acarretado uma gama muito grande de problemas pois a SIRINGE (órgão responsável pela fonação) necessita de no mínimo 90 (noventa) dias de corrichado para poder se desenvolver e executar assobios com a fluência e intensidade característica desta linhagem de excelentes curiós que se desenvolve no Sul da Bahia. Valho-me do conhecimento de alguns casos ocorridos entre nós sendo que o de rouquidão tem sido muito freqüente. Os filhotes aqui referidos começam a assobiar de maneira exaustiva e ininterrupta, apresentando volume de emissão de canto e fluência excepcional sobrecarregando a SIRINGE que não estando completamente desenvolvida começa a apresentar problemas que vai desde a rouquidão (com a perda da afinação e em seguida da voz) até a morte do filhote.
Em tais casos, o filhote deve ser contido a qualquer custo. Deve ser conduzido a local onde predomine a penumbra (presença parcial da luz) e desativado todos os meios e recursos de estimulação do canto tais como: sons produzido por rádio, reprodução de instruções através de quaisquer meios, predominando o silêncio absoluto inclusive a eliminação de quaisquer influências externas, em especial o canto de outro pássaro, devendo predominar a tranqüilidade e o silêncio absoluto mesmo que em último recurso tenhamos que coloca-lo “cara a cara” com um outro filhote fêmea , de idade semelhante, durante o tempo que se fizer necessário para a recuperação dos danos por ventura já causados na SIRINGE ou por prevenção. Em casos de lesão a SIRINGE, (rouquidão do filhote) ministrar no bebedouro água potável com pequenos pedaços de casca desidratada da fruta ROMÃ, (fruto da romãzeira) que tem dado bons resultados. Não exagerar na quantidade de casca, pois a mesma produz rapidamente coloração amarelada na água com um forte amargor. O tratamento deve ser suave e durar até cessar a rouquidão. Lesões da SIRINGE por exaustão tem sido uma preocupação constante entre os criadores da raça ESTRELA.
Ao atingir os 04 (quatro) meses de idade o filhote já emite todo o dialeto ensinado apresentando algumas dificuldades, tais como: a emissão em demasia de determinadas notas ou a eliminação de outras, verificando-se com freqüência no caso do Canto Praia Grande Clássico uma desordem na estrutura do canto por ser muito extenso e variado.
Alguns filhotes negam a entrada de canto, outros os arremates, outros ainda, fazem uma confusão generalizada. Tudo depende especificamente de cada um, de uma maior ou menor capacidade de assimilação, sendo que algumas características estão sempre ligadas a outras, ou seja, uma característica provoca o surgimento de outra, é a causa gerando um efeito. Vejamos, os filhotes que apresentam o canto bastante desordenado geralmente são muito fluentes e emitem com muita rapidez e facilidade tríades (conjunto de três notas) que predominam no canto Praia Grande propiciando a confusão a que me refiro, pois bem, tais filhotes são geralmente os que irão repetir canto pois a fluência associada ao fôlego são condições indispensáveis para tal fim. Os filhotes que emitem demasiadamente certas notas o fazem porque ainda não automatizaram a emissão correta do canto e tendem a executa-lo todo em tríade (conjunto de três notas) não observando os conjuntos de duas notas (dual) que eles executam como tríades acrescentando uma nota a mais. Temos observado que certa deficiência ocorre por excesso de determinada qualidade, os filhotes apresentam tendências das mais variadas, compete ao criador identifica-las e dosa-las buscando a formação correta do dialeto. Aí começa a etapa de lapidação do canto.

AUTOR : GILSON FERREIRA BARBOSA

gilsonferreirabarbosa@hotmail.com
gilsonferreirabarbosa@zipmail.com.br


VETORIZAÇÃO II

Chamamos de vetorização o primeiro contato do filhote com o canto da espécie. Embora não haja embasamento científico para teoria exagerada de alguns criadores que afirmam que o início do aprendizado se dá com o filhote ainda no ovo, é certo que está ligado aos seus primeiro dias de vida, quando está totalmente receptivo. Também é certo que há uma predisposição genética ao aprendizado do canto, já que criadores que se dedicam à seleção de um plantel voltado para execução perfeita de determinado dialeto obtêm sucesso maior do que os que praticam cruzamentos aleatórios, mantidos procedimentos semelhantes no manejo da vetorização e encarte do canto.
Na natureza, o filho aprende com o pai e irá ensinar seus filhos no futuro. Esse é o meio mais eficiente de vetorização do canto. Na criação em cativeiro a coisa se complica, principalmente pela indisponibilidade de galadores com canto perfeito.

PÁSSARO MESTRE DE CANTO:
A melhor solução para vetorização do canto em cativeiro é o emprego de mestres de canto. Um pássaro mestre é ainda mais difícil de ser obtido que um galador de canto perfeito. Somente poderá ser mestre o pássaro que, além do canto perfeito, possua características especiais de temperamento. Um mestre nunca pode irritar-se com o canto dos filhotes, mantendo-se impassível na perfeita execução do seu canto, sem variar qualquer nota. Deve ser capaz de cantar com perfeição mesmo com a gaiola encostada a de outro macho. Não pode interromper seu canto para escutar o canto de um possível adversário. Não pode modificar seu canto por influência do pialado das fêmeas. Deve ter um mínimo de três ou quatro anos, tendo saído de todas as mudas de pena sem modificar seu canto. Poucos são os criatórios que possuem curiós mestres de canto clássico. Um bom mestre pode valer elevadas somas.

ISOLAMENTO ACÚSTICO:
Pressuposto básico para a correta vetorização do canto. O filhote não pode ouvir o canto de outros pássaros, aí incluídos galadores com falhas no canto e fêmeas solteiras. Há quem afirme que o canto dos sabiás não influencia a vetorização de cantos de curiós, mas aconselhamos não arriscar. Esse isolamento acústico requer facilidades de estrutura pouco comuns à maioria dos criatórios. São necessários, no mínimo, três ambientes acusticamente isolados. Um para galadores e fêmeas solteiras, um para fêmeas chocando ou alimentando filhotes e outro para treinamento de canto. Melhor seria se os filhotes nascidos fossem transferidos para outro ambiente, ainda juntos com a mãe, mantendo-se na sala de choco apenas as fêmeas chocando, em absoluta tranqüilidade. A presença de mestres de canto ou a sonorização da sala de choco costuma deixar as matrizes nervosas, sempre causando algum prejuízo à incubação. Havendo disponibilidade do quarto ambiente, o melhor momento para a transferência dos filhotes é o 7º dia após o nascimento. Já teremos passado o evento do anilhamento e a fêmea já terá adquirido o ritmo no tratamento dos filhotes. Será então iniciado o processo de vetorização do canto. É importante destacar que não basta que o ambiente destinado à vetorização do canto seja acusticamente isolado, é importante que ofereça boas condições para a propagação do som. Paredes lisas tendem a refletir o som, causando reflexão (eco) e reverberação (permanência de ondas em um recinto limitado), incutindo distorções na vetorização. Os auto-falantes não devem estar virados diretamente para os pássaros, nem devem ser posicionados na parte superior. O som apresenta tendência a subir. O uso de cortinas ameniza bastante a reverberação.

APARATO ELETRÔNICO EMPREGADO NA VETORIZAÇÃO:
São várias as opções disponíveis no mercado e temos que definir uma série de detalhes de manejo para a correta escolha do equipamento. A grande preocupação se relaciona com a qualidade do áudio. É necessário definir o número de auto-falantes para definir a potência do equipamento que será empregado na amplificação. Também deverá ser levado em consideração o casamento das impedâncias no circuito de áudio. Em outro texto abordamos alguns detalhes dos circuitos de áudio.
Na natureza um pássaro não canta em tempo integral. Essa condição é fundamental no manejo do encarte de cantos. Para reproduzi-la em nossos criatórios é importante a utilização de um temporizador (timer) que regulará automaticamente os períodos em que será veiculado o canto e os intervalos de silencio ou acionamento de outra fonte sonora. O uso de uma fonte sonora alternativa para preenchimento dos intervalos de canto é apoio importante ao isolamento acústico. O som de uma rádio FM é bastante adequado, alternando fala e música, acostuma o pássaro aos sons típicos do convívio humano e evita que ouça cantos indesejados, oriundos do meio externo.
A fonte de áudio deve ser sempre um CD ou chip eletrônico. As fitas magnéticas, com gravações analógicas, permitem que o leitor do sinal assuma qualquer valor, inclusive estalidos, chiados, variações no andamento etc. Com a gravação digital isso não ocorre. Ou o receptor recebe a informação correta ou simplesmente não a recebe. Não há interpretação duvidosa ou variada na leitura do sinal digital.
Alguns exemplos de temporizadores (timers) disponíveis no mercado.
Timer analógicos e digitais usados em aquarismo.
Poderemos usar pequenos timers, normalmente empregados no controle da iluminação de aquários, que são baratos e podem ligar e desligar um aparelho de som em horários programados. Podem ser digitais ou analógicos. A principal diferença é a forma de programação. O digital permite programação diferenciada para vários dias e apresenta, como vantagem, manter a programação mesmo nos casos de falta de energia elétrica, pois tem memória alimentada por baterias. O analógico é programado por teclas, sempre para o período de 24 horas. Apresenta o inconveniente de, em caso de falta de energia elétrica, ter que ser reajustada sua hora atual.

CABINES ACÚSTICAS:
São cada vez mais empregadas as cabines acústicas destinadas ao treinamento do canto de pássaros. A cabine permite o isolamento de galadores que não possuem bom canto, impedindo que influenciem negativamente a vetorização dos filhotes. Possibilita que se isole um filhote em treinamento dos sons indesejáveis, garantindo um melhor resultado na sua vetorização.
O processo de vetorização do canto conduzido em ambiente coletivo (vários filhotes reunidos) permite que, por questões ligadas ao territorialismo característico da espécie, os pássaros se precipitem em disputas de canto. Essas disputas podem causar interrupção na cantada para ouvir o canto de outro filhote, que por vezes implicará na fixação de fragmentos de canto e não do canto completo, como é desejável. Poderão, ainda, causar lesões na seringe, (órgão responsável pela produção dos sons do canto dos pássaros) por não estar suficientemente desenvolvida e ser estimulada de forma precoce. Também poderá ocorrer a intimidação de alguns filhotes que não desenvolverão adequadamente a característica de repetição. Conforme o arranjo da instalação do áudio, poderá ser adquirida uma ótima condição para a vetorização do canto. Com a edição das gravações em programas de áudio, como o Sound Forge, por exemplo, é possível preparar instruções adequadas às diversas fases do aprendizado.
As cabines devem ser completamente vedadas, construídas com compensado de dois cm de espessura e revestidas internamente com uma camada de isopor e outra de espuma especial para absorção de som. As portas devem receber duas lâminas de vidro, para melhor isolamento acústico. Controle de volume em cada cabine, pela instalação de potenciômetros facilitam o manejo. É necessário um dispositivo para ventilação. São muito usados coolers de gabinetes de computadores, como exaustores, e compressores de aquarismo, forçando a entrada de ar. Em qualquer dos casos é preciso que haja uma entrada e uma saída para o ar, de modo a evitar pressurização. A instalação de termômetro para registro das temperaturas máxima e mínima no interior das cabines é desejável.
O Dr Gilson Ferreira Barbosa, titular do Criadouro São Judas Tadeu, em Itabuna_BA, foi pioneiro no projeto de construção e uso de cabines acústicas para vetorização do canto de curiós. Pesquisador de técnicas de manejo, possui vários artigos publicados sobre esse e outros assuntos ligados à criação de pássaros e costuma distribuir a quem solicita, projeto elaborado para a construção de cabines.
E-mail: gilsonbahia@globo.com

MANEJO NA VETORIZAÇÃO:
Os pássaros possuem uma sensibilidade superior a nossa para a percepção dos sons do ambiente. Se estivermos rodando a instrução de canto em um aparelho de som, por melhor qualidade que apresente, e o canto de outro pássaro invadir o isolamento acústico, esse canto roubará a atenção do filhote.
Os primeiros três meses de vida do filhote compreendem o período em que estará mais receptivo à assimilação do dialeto do canto. Após esse período entram em muda (muda de ninho) e ficam até cerca de seis meses meio refratários ao canto. Após os seis meses passam para a fase de maturação sexual, ficam mais territorialistas e se dedicam ao desenvolvimento do canto que possuem vetorizado. Essa fase segue até a próxima muda e é conhecida como fase da lapidação do canto. Passada a primeira muda de pardo, pouco poderá ser feito para corrigir um defeito de canto, embora não seja difícil estragá-lo no convívio com outros pássaros.
Durante a primeira fase não devemos veicular um canto com muitas repetições, que dificultariam a gravação pelo filhote. O número ideal seria três repetições, preservado o canto de saída. Um número de repetições menor poderia levar o filhote à confusão, memorizando os módulos de entrada e de repetição como um único módulo.
Em um computador dotado de gravador de CD-R, com o auxilio do Sound Forge cuidamos da preparação do primeiro cd de instrução. Extraímos uma faixa do cd que contém o canto que desejamos encartar, para o disco rígido do computador editamos conforme nossa necessidade. Basta agora escolher uma cantada com mais de três repetições, selecionar e excluir as repetições excedentes, cuidando para que o canto de saída seja preservado. Essa será nossa primeira instrução de canto. Selecionando e copiando essa cantada de três repetições poderemos repeti-la quantas vezes desejarmos, posicionando o cursor e colando-a. Entre as cantadas devemos inserir algum tempo de silêncio e várias pialadas para chamar a atenção do filhote. O arquivo em que estamos trabalhando deve ser salvo no disco rígido para posterior gravação em um CD de instrução. Devemos repetir a gravação dessa faixa editada até que o tempo de execução no CD seja de aproximadamente 15 min. O restante do CD de instrução pode ser preenchido com gravação de sons de água corrente. Se ocuparmos o restante do CD (aproximadamente 45 min) com som alternativo, não será necessária temporização, bastando que sua execução se repita por todo o dia. Dessa forma poupamos o aparelho do danoso liga/desliga e não corremos o risco de uma catada interrompida. Essa primeira instrução pode ser repetida até os 60 dias do filhote. A partir dessa idade, uma nova instrução, com cantadas de cinco e de três repetições, intercaladas, com tempo de execução aumentado para 20 min e intervalos de 60 min será executada até os seis meses. A partir dos seis meses instruções com cantadas de três, cinco, sete e nove repetições alternadas devem ser executadas por 30 min com intervalos de 60 min. Na medida da desenvoltura do filhote podemos preparar instruções que incluam cantadas com maior numero de repetição, mantendo-se, no entanto, sempre algumas com três e com cinco repetições.
O volume do som deve ser de cerca de 1/4 a 1/3 do volume normal do canto de um curió.

ENCARTE DE CANTO:
Chamamos de encarte de canto ao processo onde tentamos levar um pássaro a abandonar o canto com que foi vetorizado e passar a executar um canto diferente.
Esse processo é largamente empregado na aquisição de filhotes, pois em sua maioria foram vetorizados com um canto diferente do que esperamos que venham a executar em nosso convívio.
Esse processo apresenta pouco sucesso com a sonorização mecânica.
O termo encartar vem do jogo de cartas, em uma referência a sobreposição de umas sobre as outras.
Os curiós, como alguns outros pássaros canoros, na época da muda de penas, abandonam suas características territorialistas e passam a conviver em bandos nas áreas com alimentação mais abundante. Nesse tempo buscam integrar-se à comunidade, inclusive executando o canto predominante. Há espécimes com grande facilidade para migrar para outro canto. São os conhecidos cabeça-mole. Há outros, no entanto, chamados de cabeça-dura que apesar da pressão dos demais pássaros continuam fieis ao dialeto com que foram vetorizados.
Há, ainda, muitos casos de espécimes que apenas incluem ou perdem algumas notas nesse processo e outros que adquirem graves defeitos de canto.

FONTE EXSTRAÍDO DO SITE CANTO E FIBRA


GENÉTICA

MELHORAMENTO GENÉTICO E A CONSANGUINIDADE NA FORMAÇÃO DE LINHAGENS:

Introdução:
O Brasil é referência mundial em melhoramento genético de gado de corte. Um pequeno produtor poderá adquirir, a preço acessível, sêmem de touros melhoradores com grande destaque para as características que deseja desenvolver em seu rebanho. Basta incluir sêmem de novos touros com as qualidades desejadas nas gerações seguintes que, pelo princípio dos cruzamentos absorventes, seu rebanho acabará por fixar as qualidades buscadas em seu processo de melhoramento genético.

E com os nossos pássaros? Como melhorar nosso plantel sem a facilidade da inseminação artificial. Os pássaros com desempenho confirmado em torneios atingem valores muito elevados e não estão disponíveis para a maioria dos criadores. Adquirir a cada geração novos reprodutores plenos das qualidades que desejamos desenvolver em nossos planteis, para promovermos o melhoramento por cruzamentos absorventes é economicamente inviável. E ainda mais; quantos criadores adquirem reprodutores de alto valor e não obtém o resultado esperado com sua progênie?

Nossos pássaros possuem vários pares de cromossomos. Cada um destes possui genes que são os responsáveis pela expressão das características dos indivíduos. Determinarão se terá fibra, se terá boa voz, se terá aptidão para a repetição do canto, se terá cabeça grande e tantas outras características. Enquanto a genética molecular não identifica e mapeia os genes dos nossos bicudos, recorremos à genética quantitativa e aos processos de seleção e melhoramento genéticos para elevar os níveis de nossos planteis.

Na divisão celular que antecede a formação dos gametas masculinos (espermatozóides) e femininos (óvulo) os pares de cromossomos se separam e assim cada um reúne a metade do número de cromossomos da célula original. Cada novo indivíduo recebe ao se formar um conjunto de cromossomos do pai e outro da mãe sendo restabelecido o número de cromossomos da espécie. Na reconstituição dos cromossomos, a predominância ou não dos genes para uma mesma característica determinará se ela será expressada ou não. A homozigose (alelos idênticos de um par de genes de determinado lócus, por exemplo, olho preto/olho preto, sendo cada alelo transmitido por um dos pais). É pouco provável a existência de um bicudo homozigoto (genes idênticos) para todas as características, sendo que nada impede que um pássaro excelente detenha em seu patrimônio genético características indesejáveis recessivas que poderão manifestar-se em sua progênie. A observação de muitas gerações nos permite ainda identificar características de alta herdabilidade, como a fibra, ou de baixa herdabilidade como a voz. Na medida em que se promove o melhoramento genético por um programa de seleção eficaz, e que este se perpetua por muitas gerações mantendo-se o mesmo critério de seleção, há redução da variabilidade genética como resultado do incremento de homozigose.

O acasalamento é um elemento complementar fundamental no processo de seleção. Se acasalarmos um macho de qualidades superiores com uma fêmea sua filha, aumentaremos muito as chances de produzir um filho com as qualidades do pai. Seleção é a decisão de permitir que os melhores indivíduos de uma geração sejam pais da geração subseqüente. É importante ressaltar que a seleção, apesar de possibilitar a mudança da freqüência gênica da população, aumentando a freqüência de alelos favoráveis, não cria novos genes. Somente poderemos iniciar um processo de seleção para características presentes em nosso plantel.

Embora largamente empregado em outros centros ornitológicos, no Brasil vários preconceitos inibem a utilização de acasalamentos consangüíneos. É, porem, essa a única forma de promovermos a melhoria genética do plantel pelo emprego de um reprodutor melhorador.

Mesclando-se as técnicas de INBREEDING, onde os acasalamentos são feitos entre parentes próximos, por exemplo, pai x filha, mãe x filho, meio-irmão x meio-irmão (nunca entre irmãos próprios), avô x neta etc com LINE-BREEDING, onde os acasalamentos são feitos entre parentescos mais afastados, é possível formar famílias com evidência para as características de um único reprodutor adquirido. Com a formação das linhagens, teremos um plantel mais homogêneo e relacionado, aumentando a previsibilidade genética.

Todo o programa de melhoramento genético implica em planejamento, método, paciência e perseverança. Os ganhos serão obtidos após várias gerações. Devemos lembrar que sem um rumo bem definido, somente por acaso chegaremos a algum lugar.

No caso dos bicudos, as coisas ainda se revestem de uma complexidade maior. Enquanto criadores de canários ou periquitos selecionam em busca de um fenótipo facilmente avaliável, os criadores de bicudos buscam características muito difíceis de serem medidas e extremamente dependentes do manejo adotado. Um filhote de canário aos seis meses já mostrará seu potencial e com um ano já estará apto a participar da reprodução da próxima geração. Um bicudo poderá levar 3 ou 4 anos para ter seu potencial avaliado. A avaliação das fêmeas é ainda mais complexa, pois depende, fundamentalmente, da avaliação da sua progênie.
Partiremos da introdução de um reprodutor de alto padrão para a formação de uma linhagem homogênea:

1ª Geração: Acasalamento do reprodutor com 3 ou 4 fêmeas selecionadas no plantel.

2ª Geração: Acasalamento do reprodutor com as 3 ou 4 melhores fêmeas, suas filhas (da primeira geração).Acasalamento dos meio-irmãos com meio-irmãos (tantos acasalamentos quanto possível). Não acasalar irmãos próprios.Obs: Como resultado da 2ª geração já poderemos esperar 30 % de produtos com as mesmas características do reprodutor.

3ª Geração: O reprodutor será acasalado com suas netas. Os melhores filhotes diretos do reprodutor, da geração anterior serão acasalados com os melhores filhotes dos acasalamentos entre meio-irmãos.Como resultado dessa geração teremos 50% dos produtos com as mesmas qualidades do reprodutor, ou mesmo superiores. Sempre que um pássaro excepcional venha a ser obtido, deve-se iniciar uma família a partir dele, pelo mesmo método.

Durante todo o processo de melhoramento devem ser estabelecidos e criteriosamente respeitados os critérios de seleção. A cada criador caberá estabelecer seus critérios de seleção. Ex: fêmeas que não criarem um mínimo de 2 filhotes por temporada serão eliminadas da reprodução. Machos que não encartarem um mínimo de X notas do canto vetorizado ou que não repetirem um mínimo de X cantos por vez, não serão empregados como reprodutores. Esse método de formação de linhagens encontra referência no livro INBREEDING BUDGERIGARDS, de autoria do Dr M.D.S. Armour e é largamente empregado por criadores de canários da Europa. Foi publicado no Cage and Aviary Birds, por Brian Biles, um excelente artigo sobre o sucesso obtido pelo Dr A.R.Robertson, de Durban, África do Sul, empregando esse método de formação de linhagens na criação de periquitos ondulados.

Fonte : Extraído do site canto e fibra




FORMAÇÃO DE UMA NOVA LINHAGEM DE PÁSSAROS CANOROS ATRAVÉS DA CONSANGUINIDADE, OBJETIVANDO "PERFORMANCE"

Luiz Antonio Taddei
O bom resultado está subordinado ao ponto de partida.

Introdução:
Estando a criação de nossos pássaros nativos dominada e conhecida, vamos iniciar a Formação de uma Nova Linhagem de Pássaros Nativos Canoros, tendo como foco principal suas qualidades canoras quer seja a Extensão do Canto ou a Determinação na Manutenção do Canto (Fibra), cujo resultado final poderá ser aferido na sua “Performance” em exibições nos torneios de pássaros nativos como são atualmente estabelecidos, ou simples “show” de apresentação. Evidentemente que tal projeto pode ser seguido a quem vise melhorar ou fixar a cor, o porte, o volume, a cabeça, o bico, etc. de sua espécie de pássaro. O importante é o estabelecimento dos objetivos e a determinação da vontade na consecução desses objetivos. Infelizmente não conhecemos nenhum trabalho no gênero, no Brasil, que contemple nossos pássaros nativos e os que vemos são traduções de trabalhos bem elaborados, porém, em língua estrangeira que tem como foco o canário, dito “do Reino”, cuja seleção compreende outros objetivos e já se estende por mais de 300 anos. Atualmente, mesmo nos melhores pássaros, existem caracteres que mesmo presentes no seu patrimônio hereditário, não podem ou essas boas qualidades não são transmitidos aos filhos, ou por serem, esses pássaros, heterozigotos (impuros) ou por serem recessivos se apresentam dominados por outros caracteres. Nem mesmo o fato de ser um campeão, vencedor de muitos torneios, o qualifica como Reprodutor. Tendo sido produto de acasalamentos “abertos” (mesmo que bom x bom) seu patrimônio genético é impuro mesmo para aquelas qualidades que, por pura obra do acaso, fazem dele um campeão. Levado à reprodução poderá gerar filhos de todos os tipos. Sendo este um estudo pioneiro, poderá sofrer correções, adaptações e mudanças ao longo do tempo, tendo em vista os resultados, com certeza positivos, que passaremos a obter a partir desta publicação. A partir de agora seremos mais que criadores: Seremos Selecionadores. Vamos formar o nosso Raçador e o nosso Plantel. No entendimento das leis de Mendel, o pai da genética, é fácil constatar que um reprodutor que possua caracteres dominantes em dose dupla, ou Homozigoze, os transmitirá, obrigatoriamente a seus descendentes. Se um Reprodutor for homozigoto ele produzirá apenas os genes que nós selecionamos e seu descendente que recebe esse gene dominante exteriorizará apenas o efeito desse gene. O ponto inicial, portanto, é a formação de um Reprodutor Homozigótico, aquele cujo zigoto é formado por gametas que conduzem os mesmos genes, portadores de um mesmo caracter. “Genética é o ramo da biologia que estuda a transmissão das características físicas e biológicas de uma geração para a seguinte”. “Não se pode precisar se as qualidades que buscamos em nossos pássaros canoros nativos (canto, extensão de canto, fibra, etc) são transmitidas por um só gene ou por um conjunto ou combinação de genes” (Paulo Flecha – ornitólogo e pesquisador da fauna alada brasileira) A esse fenômeno genético, dá-se o nome de epistasia, ou seja saber se determinado caracter é transmitido por um gene ou uma combinação de genes. Neste caso, a prática de cruzamentos consangüíneos em linha direta, aumentam as probabilidades da sua repetição.

GLOSSÁRIO BÁSICO

O PROCESSO DE SELEÇÃO:
Os métodos de reprodução são diversos (consangüinidade, seleção, cruzamento, mestiçagem, hibridação) mas vamos nos ater à Seleção por Consangüinidade em Linha Direta, pratica comumente utilizada na apuração ou aperfeiçoamento de todos os animais criados pelo homem. “A consangüinidade não é prejudicial; pelo contrário, transmite conserva e melhora caracteres que se deseja conservar nos descendentes” (Cornevin). Se acasalamos um pássaro excepcional com uma de suas filhas as chances de produzir pássaros semelhantes ao reprodutor é muito maior pois esta sua filha (agora matriz 1) já possui metade (50%) de seus cromossomos, tornando mais fácil a reconstituição do patrimônio genético original. No próximo cruzamento, com a matriz 2, maiores serão as chances por esta matriz já possuir 3/4 (75%) do patrimônio. E assim, sucessivamente.

O ESTABELECIMENTO DE CRITÉRIOS INICIAIS:
O estabelecimento da Formação de Uma Nova Linhagem, implica, em uma primeira fase, na eleição dos Fundadores desta nova linhagem com as qualidades que entendemos como sendo as ideais para os indivíduos dessa nossa nova linhagem que estamos nos preparando a formar.

Então vamos às regras Básicas:

1 – Saúde : básica para qualquer que sejam nossos objetivos de qualidades;

2 – Integridade física : Os fundadores deverão ser férteis, íntegros, sãos. Sem penas defeituosas, bico torto, asas caídas, pés tortos, etc...(não devem ser considerados os defeitos adquiridos por acidentes);

3 - Seleção rigorosa do Fundador com Excepcionais qualidades de canto (repetição) ou fibra;

4 – Vivacidade, Disposição, Alegria, Constância, etc.

5 – Nas Fêmeas Iniciais, além das qualidades acima (onde seja possível enquadra-las) devem ser avaliadas a capacidade de produção (número de ovos por ninhada) e qualidades maternas (choco, alimentação dos filhotes, etc.)

6 – O Macho Inicial deverá ser o melhor que se possa adquirir. Algumas coisas poderão ser melhoradas durante o processo de seleção, mas o plantel será basicamente cópia desse Macho Inicial.

7 – Evite um número muito grande de fêmeas. Importante considerar o tempo disponível.

8 – É indispensável uma seleção rigorosa dos produtos obtidos com a eliminação drástica dos que apresentarem defeitos, taras, doenças, etc. (mesmo que consideradas “menores”) Lembre-se: Defeitos também são transmitidos por via hereditária.

9 – Ter semprepresente o Objetivo a ser atingido. Não espere sucessos imediatos.

10 – A Formação de uma Nova Linhagem de Alta Performance exige Paciência e Perseverança. Os resultados compensarão o tempo despendido com a apresentação de um plantel onde a totalidade ou grande maioria apresentam as mesmas características.

11 – Tenha sempre presente seu Livro de Registro Genealógico. Todos os passos devem ser registrados.

12 – Após o terceiro cruzamento, os avanços são aparentemente pequenos, caso tenha dúvidas, não se acanhe em pedir ajuda a um amigo ou criador dotado de notória competência e sensibilidade, para ajuda-lo a selecionar os pássaros que continuarão no processo de formação do Reprodutor.

13 – É importante estabelecer o limite de “chocadas” para cada fêmea. Um número ótimo seria 3 por temporada. A partir daí a mãe pode estar enfraquecida pelo desgaste e fadiga e poderá produzir filhos fracos. É de se considerar também que esses filhotes (fêmeas), nascidas no início da temporada, poderão estar aptas à procriação na temporada seguinte. Nosso objetivo é Formar uma Linhagem e não obter um número ilimitado de filhotes.

14 – Todos os criadores já observaram que em ninhadas de 3 ou 4 filhotes, quase sempre encontra-se um que cresce mais rapidamente. Identifique esse filhote. Ainda existem fatores que não conseguimos traduzir ou encontrar explicações e esse privilegiado poderá ser o nosso “diferencial”. A primeira seleção começa no ninho.

15 – O Selecionador que tenha dúvidas de suas qualidades como criador, deverá buscar sua capacitação e atualização junto a outros consagrados criadores e especialmente ser assessorado por um veterinário competente. De nada adiantará todo um trabalho de seleção se não acompanhado por igual cuidados sanitários, alimentares e de higiene.

Somente com a consangüinidade é possível obterem-se linhagens de alta genealogia, que produzem a cada ano campeões e raçadores e o melhoramento é crescente no tempo”.

"A consangüinidade não é nada mais que um meio para se fazer evidenciar os caracteres – positivos e negativos – na posse de um determinado patrimônio hereditário de um indivíduo”
Giorgio di Baseggio renomado selecionador de canários de cor e autor de diversos trabalhos sobre seleção de pássaros.

O PROGRAMA:
Estabelecido o Macho Inicial ou Macho Fundador, deverá ser acasalado com pelo menos 3 (três) Fêmeas Iniciais. Então teremos:

- Primeiro Cruzamento:

Macho Inicial x Fêmea Inicial = F1 = 1/2

Sangue ou ainda 50% dos genes do Macho e 50% dos genes da Fêmea.

- Segundo Cruzamento:

Macho Inicial x Fêmea F1 = F2 = 3/4

Sangue ou ainda 75% dos genes do Macho e 25% dos genes da Fêmea.

- Terceiro Cruzamento:

Macho Inicial x Fêmea F2 = F3 = 7/8

Sangue ou ainda 87,5% dos genes do Macho e 12,5% dos genes da Fêmea.

- Quarto Cruzamento:

Macho Inicial x Fêmea F3 = F4 = 15/16

Sangue ou ainda 93,75% dos genes do Macho e 6,25% dos genes da Fêmea.

- Quinto Cruzamento:

Macho Inicial x Fêmea F4 = F5 = 31/32

Sangue ou ainda 96,875% dos genes do Macho e 3,125% dos genes da Fêmea.

ESQUEMA DE CRUZAMENTO ABSORVENTE:



CONSIDERAÇÕES:

1 - No Quinto Cruzamento, o produto 31/32 de sangue do Macho Inicial, já é considerado puro por cruza. Praticamente Homozigótico, é o Reprodutor que queremos para a Formação de nosso Plantel.

2 – Até esse cruzamento é considerado seguro ou com pequenos riscos.

3 – Pode ser tentado mais um cruzamento, ou seja, o Sexto Cruzamento desta Linha Direta, o F6 = 63/64 de sangue do Macho Inicial, porém deve ser considerado se compensa: a) um aumento de possibilidade de riscos (diminuição de tamanho, saúde, taras, etc.);b) ganho de apenas mais 1,5625% a mais de sangue do Macho Inicial.

Nota-1:
Alguns autores entendem que o produto F4, que detém 15/16 de sangue do Macho Inicial já é considerado Puro por Cruza, enquanto que outros entendem ser o F6 (63/64 de sangue do Macho Inicial), outros vão muito além e exigem um F10 (1023/1024).

Nota-2:
Muito embora esse esquema e programa tenha privilegiado o macho, pode também ser feito a partir da Fêmea, porém mais difícil (um macho pode fertilizar várias fêmeas por temporada) e de maior risco (entre dois filhos – irmãos de ninho – haverá um longo tempo de espera de definições para eleger qual dos irmãos será o padreador) e no caso da perda súbita da fêmea ou à sua inaptidão temporária para a procriação o programa estará paralisado.

Nota-3:
Não cometa o erro de vender os melhores pássaros. Vendidos os melhores interrompe-se o processo. Mantenha no plantel sempre os melhores: Você está em processo de Formação de uma Nova Linhagem.

Nota-4:
“O poder do “Raçador” é transmissível apenas naquelas qualidades e características concernentes à dominância” Stéphane Vansteelant – fonte revista Brasil Ornitológico

Nota-5:
“Os genes variam de tamanho, desde algumas centenas até dois milhões de pares de bases de ADN; são os responsáveis pela transmissão dos caracteres hereditários, como a cor dos olhos, tipo de pêlo, orelhas, temperamento, canto, displasias, etc. Na realidade, os genes são a entidade funcional da informação”.(José Carlos Pereira–Passarinheiro e pesquisador-Cruzeiro-SP) Parabéns! Até aqui você trabalhou num programa que objetivou a obtenção do Macho. A partir de agora ele passa a chamar-se Reprodutor. Será praticamente um clone do Macho Inicial que graças a homozigose será de "linhagem pura" para os caracteres selecionados, ou seja, conseguirá passar suas excepcionais qualidades nos futuros cruzamentos. Esse Raçador será o “Chefe do Plantel”. Por Raçador entende-se o pássaro nascido de acasalamentos previamente estabelecidos e cuidadosamente selecionado, que acumula valores raciais dominantes para determinados caracteres, capaz de transmitir e imprimir suas excelentes características a seus filhos.Mas, quais serão esses futuros cruzamentos que manterão a qualidade e a homogeneidade do plantel???No processo de formação deste Reprodutor, estaremos formando também um excelente plantel.

Analisemos:

1 – Por que 3 (três) Fêmeas Iniciais ???

a) Porque com pelo menos 3 fêmeas teremos condições de conseguirmos pelo menos 4 Fêmeas F1; o ideal, para segurança de execução do programa.

b) Após conseguidas as 4 (quatro) Fêmeas F1, as Fêmeas Iniciais poderão ser descartadas, ou conduzidas para outro programa, pois as F1 já passam a fazer parte de nosso programa de seleção;

c) Os machos F1, podem ser descartados ou utilizados em outro programa.

2 – Após a obtenção de pelo menos 4 (quatro) Fêmeas F2, as fêmeas F1 serão destinadas temporariamente para outro programa pois elas serão utilizadas para a produção do produto 5/8 (para a obtenção deste produto, poderá ser utilizado um dos primeiros machos F1, desde que tenha demonstrado excepcionais qualidades). Obs.: Estudos em bovinos, comprovam que o produto que tenha 5/8 de sangue do Reprodutor Inicial, conseguem manter a homogeneidade de tipo e de qualidades. Ex.: Santa Gertrudes (5/8 Shorton + 3/8 Nelore); Pitangueiras (5/8 Red Polled + 3/8 Guzerá); Brangus( 5/8 Aberdeen + 3/8 Nelore); Canchim (5/8 Charolês + 3/8 Nelore); etc.

3 - Como formar o 5/8???O melhor Macho F2 (3/4) cruzado com a melhor Fêmea F1 (1/2) ou vice versa = 3/4 + 2/4 = 5/8

4 – Após conseguida a reprodução de pelo menos 4 fêmeas F3, os produtos F2 não utilizados na formação do 5/8 poderão ser descartados destinadas a outro programa.

5 – A partir do momento da obtenção do produto F3, o criador deverá redobrar a atenção e avaliação, pois todos os produtos já estarão ou deverão estar muito acima da média. A partir da obtenção do F2, poderá ser observado a semelhança entre os indivíduos. O curioso é que eventualmente os machos F2 (3/4) podem ser inferiores ou praticamente iguais aos F1 (1/2), tal fato explica-se pelo choque de sangue do cruzamento inicial, porém os F3, começarão a apresentar a homogeneidade no Genótipo.

6 – A partir da obtenção de 4 (quatro) fêmeas F4, as fêmeas F1 e F2, estarão praticamente descartadas ou destinadas a outro programa.

7 – Se, nesta etapa, por fatalidade, faltar o Macho Inicial, um de seus filhos F4 (o de melhor desempenho dentro da ótica de nosso objetivo) que já é 15/16 ou ainda detentor de 93,75% de sangue do Macho Inicial, poderá substituí-lo. Não cruzando com sua irmã de ninho, mas com as fêmeas 5/8, cujo produto será 20/24 ou 83,33% de sangue do Macho Inicial.

8 – Devem ser evitados os cruzamentos entre irmãos próprios F1 ou F2. 9 – Sobre a possibilidade e resultados do cruzamento do F5 de uma seleção com outro F5 de outra seleção não aparentado, transcrevemos:
“De outro modo o autor tem constatado que se acasalando duas aves, ambas criadas em consangüinidade, porém provenientes de dois criadouros diferentes, nos filhos explode a vitalidade, a fertilidade, o vigor em altos níveis. Isto, sempre, se não existirem genes incompatíveis entre a duas cepas consangüíneas. A mencionada explosão de vitalidade é devida essencialmente ao fato de que as duas aves provenham ambas de linhagens selecionadas em consangüinidade há anos, nos quais muitas taras hereditárias e muitos defeitos (esterilidade, plumagem disforme, posições erradas etc.) foram sendo descartadas, sem piedade” . Giorgio de Baseggio - Bolonha, julho 1987 criador de canários de cor 24 anos de estudos sobre a consangüinidade - transcrito de AO - Atualidades Ornitológicas

CONCLUSÃO:
O esquema aqui apresentado, propositadamente em curtos tópicos, de forma simples, tem por finalidade fazer ver ao criador de passeriformes canoros nativos que o processo seletivo por consangüinidade em linha direta é acessível a todos e nosso objetivo maior é despertar a curiosidade por maiores conhecimentos neste segmento. O principal é que a partir de agora, a Criação de Passeriformes Canoros Nativos, entra em nova e importante fase, a SELEÇÃO.

GENÉTICA II

INTRODUÇÃO:
Muito pouco ou quase nada se tem escrito sobre Melhoramento Genético do Curió ou mesmo sobre Seleção Genética. Temos a impressão de que o Curió está imune às Leis da Genética e que não podemos aplica-las para melhorar as suas qualidades. Se não dispomos de Curiós de excelentes qualidades em quantidades suficientes para atender a demanda do mercado, duas hipóteses me ocorrem: Não temos produção suficiente, ou temos, porém de qualidade duvidosa. Temos verificado entre os criadores o desejo obstinado de produzirem ninhadas a qualquer custo, e isto é muito bom, porém precisamos aliar aos nossos desejos os Melhoramentos Genéticos necessários.
Formação do genótipo do criadouro: todos os criadores de Curiós buscam a formação de um genótipo próprio para o seu Criadouro. O Genótipo é a sua "Marca Registrada". Para a formação desta "Marca Registrada" devem simplesmente adquirir pássaros portadores de herança genética de sua preferência como ponto de partida para a formação e desenvolvimento do seu criadouro que se encontra em formação. Pode-se ainda proceder ao aperfeiçoamento do genótipo adquirido como forma de tornar-se um criador representante daquela "Linhagem", no entanto, a aquisição de genótipos desenvolvidos por outros criadores como ponto de partida para a criação, tem sido cada vez mais freqüente entre os criadores por agregarem valor aos seus descendentes. O desejo de cada um é possuir pássaros com características próprias, portanto é indispensável que se faça uma escolha tecnicamente correta na hora de se adquirir um Curió.
A definição dos caracteres desejáveis para iniciar o trabalho de adequação de suas preferências sobre o genótipo recém adquirido é de fundamental importância, pois, a maneira mais eficiente de se obter o melhoramento genético do Curió é através da prática dos Cruzamentos Dirigidos. Estes cruzamentos proporcionam a fixação na progênie dos caracteres desejáveis portados pelos padreadores envolvidos nos cruzamentos e baseiam-se no principio da "Hereditariedade" que consiste no fenômeno da continuidade biológica pelas quais as formas vivas se repetem nas gerações que se sucedem(progênie).
Buscamos identificar (descobrir) entre os padreadores e matrizes que dispomos, as melhores combinações de Genes, (combinações gênicas) capazes de se manifestarem espontaneamente na progênie. Todo o trabalho é voltado à investigação e identificação da melhor composição genética que podemos dispor para a formação do Genótipo do nosso criadouro. Esta combinação deve atender aos nossos critérios de qualidade já que dispomos de um plantel (banco genético) e exercemos sobre ele um total controle, podendo conduzir de forma criteriosa os cruzamentos definindo quais genes irão compor a progênie de cada acasalamento. Sabemos que determinada progênie será parecida com seus pais mediante princípios de hereditariedade e que, os pais são do jeito que são porque também herdaram qualidades e defeitos dos seus, logo o processo de hereditariedade se renova a cada cruzamento e podemos interferir em busca da Composição Gênica que melhor se enquadre às nossas exigências, podemos planejar quais fatores genéticos comporão a progênie da próxima ninhada e que seguramente serão herdados dos Pais.
Fica claro mediante o exposto que, a qualidade de uma progênie é determinada por sua herança genética que se manifestará no momento oportuno e, caberá ao criador selecionar os indivíduos mais representativos e portadores dos fatores genéticos desejáveis para constituírem ao longo do desenvolvimento da criação o seu plantel.
A este conjunto de ações planejadas denominamos de Seleção Genética.

SELEÇÃO GENÉTICA - DEPURAÇÃO DO PLANTEL:
Devemos no início da Estação de Cria escolher criteriosamente o genitor mediante análise do seu genótipo. Este Curió deverá representar o melhor que podemos conseguir em termo de "Pedigree" (conjunto de todos os seus ascendentes). Esta escolha criteriosa deverá garantir a correta combinação de gens que comporá o genótipo que se pretende produzir. O genitor escolhido deve ser o mais perfeito representante das qualidades que o credenciará a desempenhar a meritosa função de padrear todas as progênies da Estação de Cria; em outras palavras, será ele o pai de todas as gerações da Estação de Cria em questão.
Todas as matrizes deverão ser testadas em busca da identificação daquelas cuja progênie exibirá as boas características latentes em seu genitor. Cada cruzamento deverá ser lançado em livro de Registro Genealógico do Criadouro contendo todos os dados do genótipo do padreador e da matriz envolvida em cada cruzamento. Efetua-se a resenha das características que se objetiva conseguir na progênie. Sabemos que não existem curiós geneticamente perfeitos, cada pássaro é composto por boas e más heranças genéticas, portanto selecionamos aqueles portadores das heranças genéticas desejáveis e eliminamos da criação os portadores das heranças indesejáveis, com tais comportamentos estaremos praticando a Seleção do Plantel.
Após efetuarmos no final da estação de cria a seleção de todas as progênies, reservamos as irmães de ninho dos filhotes machos considerados portadores dos fatores desejáveis para cruzarmos no ano seguinte com o pai objetivando a fixação destes fatores. Tal prática nos assegurará após alguns anos a formação do Genótipo previamente planejado e geneticamente estabilizado, podendo ser produzido por várias gerações.

UTILIDADE E UTILIZAÇÃO DA CONSANGUINIDADE NA CRIAÇÃO:
Muito elogiado por alguns que declaram ser esse método excelente se as linhagens são de boa qualidade, por vezes ele é execrado por outros experts. Os criadores foram por muito tempo geralmente hostis ao método da consangüinidade, muitas vezes com veemência, apesar de que muitas raças de animais foram desenvolvidas inteiramente desta forma.
A consangüinidade é um método de reprodução no qual são associados reprodutores de uma mesma família, aparentados por graus mais ou menos próximos. Efetivamente, segundo uma codificação precisa, há tantos graus de parentesco de gerações em linha direta quanto em linha colateral, remontando ao mesmo ancestral.
Assim, entre um pai e seu filho há um parentesco dito de 1º grau. Da mesma forma, o parentesco dito de 2º grau entre um avô e seu neto, mas também entre um irmão e sua irmã.
O parentesco será de 4º grau entre primos-irmãos. A consangüinidade será portanto decrescente na ordem seguinte: irmão x irmã, meio-irmão x irmã, sobrinho x tia.
A partir daí, a consangüinidade colateral é utilizada freqüentemente com muito bons resultados, sob a condição de que os exemplares utilizados sejam "de elite". Ela permite realmente um alto grau de uniformidade no tipo e em algumas outras características.
Através da consangüinidade, pode-se concentrar nos indivíduos reproduzidos os genes de um ancestral que já tenha sido utilizado muitas vezes naquela linhagem.
A consangüinidade, também, tende a separar em famílias distintas, cada uma remontando a um determinado ancestral, do qual se tenha desejado fixar as características.
Entre essas famílias é impossível praticar uma seleção familiar. A consangüinidade linear aumenta notavelmente a homozigose e o "poder raçador". Nós retornaremos posteriormente a estes dois pontos.
As aplicações práticas da consangüinidade linear são interessantes para se considerar. É evidente que se um certo macho produziu, com fêmeas diferentes, filhotes de qualidade superior à de suas mães, não se deve hesitar em utilizar o poder raçador deste reprodutor e fixar suas características.
Deve-se, portanto, aumentar a relação de parentesco entre seus descendentes e ele mesmo por utilização de consangüinidade em linha direta. Se o reprodutor tiver morrido, poderá ser utilizado indiretamente através de seus descendentes: nesse caso, sempre é importante aplicar rapidamente o método de consangüinidade em linha antes que a relação de parentesco entre os ditos descendentes daquele reprodutor torne-se mais baixa. Será mesmo conveniente recorrer à consangüinidade colateral entre primos-irmão.
Uma outra aplicação da consangüinidade linear é o estabelecimento de uma linhagem, problema que pode se apresentar a alguém que começar uma criação.
Para estabelecer a linhagem, é necessário inicialmente adquirir exemplares de excelente qualidade, em perfeitas condições de saúde e plenamente de acordo com os padrões da raça.
As fêmeas deverão ser acasaladas com um único macho, originando da mesma linhagem que elas, descendente portanto de um mesmo reprodutor.Esses cruzamentos permitirão a obtenção de filhotes dentre os quais se poderão selecionar os melhores.
Nos casos em que esse procedimento não seja possível, poderíamos partir de uma única fêmea como base. Ela deverá ser acasalada inicialmente com um excelente macho de uma linha de sangue diferente e depois com outro macho igualmente bom, mas com algum grau de parentesco com aquele utilizado da primeira vez.
Deveremos selecionar os melhores filhotes dessas duas ninhadas, que na temporada seguinte serão acasalados entre si e produzirão filhotes de qualidade homogênea, teoricamente muito boa.
Se após algum tempo de utilização de consangüinidade em linha aparecerem sinais de que ela tornou-se muito estreita na linhagem (os sinais de alarme mais comuns são o aparecimento de indivíduos instáveis, doentes e também a diminuição da vitalidade reprodutora dos jovens exemplares produzidos), poderá ser necessário introduzir "sangue" novo. É o chamado "outbreeding". A melhor maneira de fazê-lo sem danificar o trabalho anteriormente desenvolvido será procurar um reprodutor com 50% de sangue diferente.
Na prática, deveremos reintroduzir na linhagem um macho que seja filho de um reprodutor da linhagem desenvolvida por consangüinidade com uma fêmea de linhagem totalmente diferente. A consangüinidade que tende a aumentar o número de produtos homozigotos faz também aparecer todas as taras e todas as características defeituosas que por ventura existam na linhagem no estado recessivo.
Assim, quando essas características aparecem deve-se proceder a uma seleção implacável e guardar para reprodução apenas os indivíduos que tenham produzido os filhotes mais saudáveis, melhor constituídos, os mais próximos do padrão.As possibilidades de se alcançar o progresso almejado são maiores quando se utilizam para a reprodução em consangüinidade exemplares escolhidos segundo a observação do genótipo de seus descendentes, pois só assim teremos certeza de que eles possuem os genes desejados.
A porcentagem de indivíduos homozigotos aumenta dentro de uma determinada população com os acasalamentos consangüíneos (lei de Hardy) na mesma proporção em que aumentam as chances da transmissão de um determinado caractere dos genitores ancestrais, macho ou fêmea.
Por uma estreita consangüinidade a probabilidade de obtenção de indivíduos heterozigotos diminui sensivelmente: eles tendem a desaparecer devido à utilização dos acasalamentos consangüíneos, pois só os indivíduos subsistem enquanto se aproxima mais a homogeneidade da população.
É evidente que a consangüinidade estreita, mais ou menos incestuosa, como a indicada nos exemplos anteriormente citados é a chamada "in and in" dos anglo-saxões, consistindo em acasalamentos entre pai e filha, filho e mãe, irmão e irmã.
O risco de aparecimento de taras recessivas é evidente o mesmo do surgimento das características desejadas, e é isso que justifica o aforimo de lush: "A consangüinidade não é crime, ela descobre o crime". As taras, os defeitos e as qualidades são condicionados por genes que, por vezes recessivos, aparecem graças à homozigose, já que estavam mascarados anteriormente pela heterozigose dos genitores ancestrais.

UTILIDADE E UTILIZAÇÃO DA CONSANGUINIDADE NA CRIAÇÃO II:
Uma consangüinidade distante consiste no manejo de indivíduos pouco aparentados. O "inbreeding" ou cruzamento entre parentes é a aliança de dois indivíduos que estão separados por três a quatro degraus de parentesco. O "line breeding" é aquele em que os exemplares acasalados estão separados por quatro ou cinco degraus de parentesco. Então, quando se fala de consangüinidade distante, significa que mais de cinco degraus de parentesco separam os reprodutores acasalados.
Os resultados da consangüinidade são sempre rápidos, contrariamente aos obtidos por simples seleção. A rapidez é mesmo chocante quando se trata de cruzamentos de "inbreeding" repetidos.
A utilização da consangüinidade gera controvérsias há muito tempo, e o problema é pouco esclarecido devido à parcialidade dos criadores e à inexatidão dos ensinamentos tirados de experimentos e ensaios práticos. A utilização prática da consangüinidade exige certas precauções, resultantes da estrita observação de regras bem codificadas pelo Dr. Roplet, que serão apresentadas nas linhas a seguir:

- Regra 1:
A consangüinidade que tende à homozigose produz a pureza, mas somente para a qualidade considerada pelo criador. Isso quer dizer que se os caracteres que o criador deseja melhorar beneficiam-se efetivamente desse método, outros caracteres não considerados irão degenerar-se. Isso pode acontecer por negligência, por escolha ou por impossibilidade material (números de casais utilizados) de eliminar os pássaros recessivos para esses caracteres secundários.
Portanto, deve-se absolutamente evitar o abandono provisório da melhoria de certos caracteres considerados como secundários e também a concentração de espécies de esforços unicamente na melhoria das qualidades primordiais, contando reverter posteriormente a situação, para então voltar a trabalhar aquilo que se tenha momentaneamente desconsiderado.
Efetivamente, se uma determinada característica é negligenciada, os indivíduos criados não mais a portarão, por resultado da homozigose (lei de Hardy) e não será mais possível reintroduzi-la, exceto pela infusão de "sangue novo" que, invariavelmente, provocará a destruição de todo o trabalho já realizado.
Há evidentemente necessidade de considerar-se numerosas características, uma vez que ocupando-se unicamente de trabalhar as qualidades de tipo (melanina), podem ser pioradas outras características (forma, lipocromo, etc...).

- Regra 2:
Os efeitos nocivos da consangüinidade podem ser decorrentes da heterozigose, sempre devido a cruzamentos em "outbreeding" nas gerações anteriores. Paradoxalmente, a consangüinidade aumenta nesse caso a variabilidade e a freqüência do aparecimento de características indesejáveis, mas o grande erro seria voltar aos acasalamentos com outros indivíduos portadores de uma variabilidade de caracteres ainda maior. O único remédio consiste na continuação de uma consangüinidade estreita com seleção rigorosa dos recessivos e sua eliminação da reprodução. Na prática, a aplicação da consangüinidade em cruzamentos com linhagens estranhas (outbreeding) produz indivíduos com características indesejáveis. Portanto, a única solução é continuar a usar a consangüinidade . Pode-se concluir daí que a consangüinidade é muito mais vantajosa e benéfica em curto tempo se praticada com exemplares já relativamente aparentados ao invés de uma população com linhagens diversas. Podemos inferir que o criador terá o maior interesse em testar a descendência para evitar a heterozigose. O resultado será uma produção de grande homogeneidade, com alta porcentagem de indivíduos de boa qualidade. Esses indivíduos serão quase idênticos e formarão facilmente quartetos de muita harmonia.

- Regra 3:
Não se deve jamais utilizar reprodutores inferiores ao ideal desejado pelo criador. A consangüinidade não traz bons resultados quando a freqüência genética de uma característica desejada é baixa. É claro que o criador busca fixar essa característica favorável. Ele deve , portanto, fazer acasalamentos entre famílias aparentadas, até que produzam um número suficiente de indivíduos excelentes para, só então, começar a utilizar a consangüinidade planejada. O número de indivíduos excelentes deverá ser grande, porque sempre haverá muitos exemplares de fenótipo inferior para se eliminar. Durante as quatro ou cinco primeiras gerações, deve-se acompanhar cuidadosamente não a qualidade particular de um único indivíduo, mas sim a qualidade dos melhores exemplares, que serão os únicos utilizados como reprodutores.

- Regra 4:
Não se deve nunca utilizar exemplares defeituosos (homozigotos recessivos para uma determinada característica indesejável), uma vez que o acasalamento de dois pássaros defeituosos produzirá com certeza apenas indivíduos defeituosos, e não se poderá jamais voltar à dominância heterozigótica sem "outbreeding". Por outro lado, a obtenção de uma característica dominante homozigota dispensa a seleção posterior de tal característica.

- Regra 5:
É desejável que os criadores trabalhem em estreito acordo, em parceria mesmo, cada um selecionando linhagens diferentes mais de características igualmente boas. O desenvolvimento simultâneo de várias linhagens é efetiva garantia contra a involuntária mas inevitável perda de genes resultante da consangüinidade. Poder introduzir um macho ou fêmea de excelente qualidade nessas diferentes linhagens permitirá a superação de eventuais problemas, assim como evitará chegar-se a um impasse definitivo. Por outro lado, coisa muito comum na criação, a data de separação de diversas linhagens não é nunca muito antiga, e facilmente podemos perceber que muitos exemplares em nossas criações têm ancestrais comuns, provenientes de um criador líder na época da aquisição do plantel. Desta forma, se o criador não praticou continuadamente o "outbreeding", a impureza resultante dos acasalamentos de exemplares de diferentes linhagens não será jamais muito grande ou muito grave, assim como os cruzamentos com pássaros estranhos não produzirão perturbações muito importantes.
Utiliza-se, portanto, a consangüinidade quando se deseja produzir exemplares muito próximos daqueles que admiramos. Desta forma, aumenta-se o coeficiente de parentesco que naturalmente seria reduzido à metade a cada geração, se não utilizarmos a consangüinidade. Além disso, a consangüinidade apresenta uma enorme vantagem que justamente vem sendo desconsiderada pelos criadores há muito tempo: ela ajuda na seleção de genes desfavoráveis, ao fazer aparecerem indivíduos portadores dessas características. Essa concentração de características indesejáveis em determinados indivíduos facilita a sua eliminação: basta retirar da reprodução esses exemplares. O ideal seria que um filhote de cada ninhada acumulasse todos os defeitos.
A consangüinidade permite igualmente a formação de famílias distintas, oferecendo-nos assim a possibilidade de uma seleção mais severa que aquela feita entre indivíduos quaisquer, sobretudo quando consideramos as características de difícil transmissão. A consangüinidade permite, enfim, testar o valor hereditário de um macho "raçador".
O teste da consangüinidade incestuosa serve como prova e constitui o teste mais rigoroso do valor hereditário de um macho. Esse é o maior mérito do método, permitir a criação de indivíduos fortemente homozigotos, qualificados como "raçadores".
O poder raçador de um reprodutor á a capacidade de imprimir em seus descendentes características tais que os façam parecer-se com seus pais e entre si, mais que o normal.

UTILIDADE E UTILIZAÇÃO DA CONSANGUINIDADE NA CRIAÇÃO III:
Em zootecnia, é comum designar-se pelo termo "hereditariedade unilateral" o fato de um produto parecer-se unicamente com um de seus pais. Apenas um dos seus ascendentes transmitiu as características visíveis. Tudo se passa como se esse ascendente agisse sozinho,como se o produto fosse fruto unicamente de seus genes, quase um clone. Um reprodutor que possua essa qualidade é evidentemente um excelente "raçador", possuindo a capacidade de transmitir suas características a toda sua descendência, sendo chamado por isso de um "marcador de linhagem". Em contrapartida, alguns exemplares que brilham nos concursos, apesar de belos, não passam de reprodutores medíocres. A qualidade de "raçador", como bem define o Prof. Jean Blain, não é outra coisa senão a posse, por um reprodutor, de caracteres dominantes que se transmitem na primeira geração. É capacidade à qual se deve saber atribuir limitações e que a simples seleção não permite manter. Se a consangüinidade não for utilizada, não há qualquer razão, segundo o Prof. Blain, para que as características dominantes continuem a aparecer na totalidade dos sujeitos da segunda geração. Se as boas características de um raçador persistem após várias gerações pode-se dizer que os sujeitos portadores de caracteres recessivos não considerados foram eliminados.Como nós vimos, é melhor usar a consangüinidade estreita a partir de um bom reprodutor que a consangüinidade distante a partir de um reprodutor médio.Na prática, não existem reprodutores que transmitam apenas suas características, mas há reprodutores que possuem características que se impõem. Reportando-nos às leis de Mendel, o abecedário da criação, é fácil constatar que um reprodutor que possua caracteres dominantes em dose dupla (homozigose) os transmitirá obrigatoriamente à sua descendência, ao passo que um reprodutor que possua esses mesmos caracteres em dose simples (heterozigose) os transmitirá a apenas 50% de seus descendentes. Basta que o número de filhotes seja pequeno, para que o acaso faça com que nenhum deles se pareça com seu pai heterozigoto.De tudo que foi visto até aqui, podemos afirmar que as diversas causas do poder "raçador" de um indivíduo são: - a homozigose - se o reprodutor for homozigoto, ele produzirá apenas os genes que nós selecionamos. Portanto, o poder "raçador" é diretamente proporcional ao número de genes desejáveis para os quais o pássaro é homozigoto.- a dominância - um descendente que receba um gen dominante exteriorizará apenas o efeito desse gen. Portanto, o valor reprodutor será máximo se todos os genes desejáveis forem dominantes, e em estado de homozigose.- a epistasia - fenômeno pelo qual um determinado caractere depende de uma combinação de vários genes que individualmente produziriam um efeito nulo ou defeituoso. Normalmente, essa combinação epistática tende a rarear a cada nova geração, e portanto a consangüinidade linear permite aumentar sua probabilidade de acontecer.O valor do poder "raçador" de um indivíduo é função dos acasalamentos praticados. Os defeitos são freqüentemente devidos a genes recessivos, e um reprodutor "raçador" pode possuí-los em heterozigose. Em caso de acasalamento com um outro exemplar qualquer, aparentemente não defeituoso, mas igualmente heterozigoto para o defeito considerado, esse defeito poderá manifestar-se como em qualquer outro acasalamento entre pássaros heterozigotos. Enfim, o poder "raçador" é transmissível apenas naquelas características concernentes à dominância. A homozigose de um macho reprodutor não se repetirá em seus filhos, a não ser que as fêmeas com as quais for acasalado também sejam homozigotas para as características desejadas. Conclui-se que um alto grau de homozigose só pode ser obtido após numerosas gerações sucessivas, e pode ser facilmente destruído por um único cruzamento em "outbreeding".Vemos, portanto, que na criação deve-se buscar um equilíbrio entre as características procuradas e as indesejáveis. este equilíbrio depende da habilidade do criador e de seus conhecimentos, mas depende também do seu "capital inicial" e em particular da abundância de genes indesejáveis.Em fim, o criador deve preservar esse equilíbrio reservando-se o direito de recorrer a outras linhagens consangüíneas, para corrigir eventuais problemas e para reintroduzir genes favoráveis perdidos em sua própria linhagem, devido a erros de manejo ou a situações imprevistas. É conveniente lembrar que fundar uma linhagem é praticar a consangüinidade "in" e "in". Perpetuar uma linhagem, fixar um novo caractere ou melhorar uma raça decorrem da prática de uma consangüinidade mais ou menos estreita, que não se deve hesitar em usar.O coeficiente de consangüinidade a partir do qual começa o perigo é função do objetivo, da exatidão dos testes, da abundância dos genes indesejáveis, da porcentagem de eliminação possível, da velocidade de reprodução e das habilidades do criador. A consangüinidade ajuda na seleção contra os genes desfavoráveis ao fazê-los aparecer, e ao permitir a eliminação dos exemplares que os possuam.Se o número de genes recessivos é muito grande, a consangüinidade revelar-se-á impossível e a seleção não poderá ser levada a seu termo, uma vez que não será possível alcançar o objetivo desejado. O criador de animais, qualquer que seja a espécie ou raça, deve convencer-se de que não há seleção possível ou válida sem consangüinidade, assim como não há consangüinidade benéfica sem seleção. A produção é uma arte sutil que exige competência e habilidade, paciência e dinamismo, e também um permanente questionamento. Finalmente, é de uma judiciosa utilização da seleção, da consangüinidade e do "outbreeding" que depende o desenvolvimento de cada raça de pássaros que criamos, fazendo-nos incansáveis pesquisadores/criadores, permitindo a nós, humanos que somos, reencontrarmo-nos e desenvolvermos calorosas relações de amizade.

autor: Stéphane Vansteelant
fonte: revista Brasil Ornitológico
Autor : Gilson Barbosa Ferreira
gilsonferreirabarbosa@hotmail.com



ANILHAMENTO DE FILHOTES

Certa feita um grupo de criadores discutiam qual seria o melhor momento para procederem ao anelamento dos seus filhotes, no calor das discussões que a cada momento se acirrava com a presença de um novo participante que ao entrar no meio da discussão expunha os mesmos argumentos sustentados pelos anteriores e se punha a detalhar vantagens e desvantagens quando alguns de ânimos exaltados já praticamente gritavam quando foram todos interrompidos por um grande “Mestre” que a todos escutava sem se perturbar, e disse : Os filhotes não são meus? Responderam São, portanto eu anelo no dia que eu quiser e está acabada a discussão. No que todos obedeceram.
Esta pequena história nos mostra que cada criador tem os seus próprios motivos e métodos para procederem ao anelamento dos filhotes, acreditam todos que estão fazendo o correto, o melhor, no entanto observamos a inexistência de unanimidade no emprego dos métodos que nem sempre são os melhores, daí o grande interesse sobre este importante tema que é o anelamento.

O Anelamento, Quando e Porque?

Costumo proceder ao anelamento dos filhotes ainda em vida ninhenga buscando com tal procedimento evitar o stress da captura e possíveis traumas no tarso que inevitavelmente ocorrerá após a saída dos mesmos do ninho. A vida ninhenga como todos sabem é de 13 dias no caso do curió, portanto devemos escolher o dia mais adequado entre estes, para proceder ao anelamento de forma eficiente e sem traumas ou conseqüências.

Costumo proceder da seguinte maneira:
Elimino os quatro primeiros dias tendo em vista que os filhotes ainda são muito pequenos e requerem um manuseio muito delicado, as anilhas ficam muito grandes no seu tarso chamando com muita facilidade a atenção da fêmea que poderá retira-las provocando um sério acidente, quando não os atira fora do ninho. Ainda poderá acontecer à saída da anilha por simples ação da gravidade, e só daremos conta do problema no 13° dia quando ocorrer à saída natural do ninho.

Elimino os cinco últimos dias tendo em vista dois aspectos:
No primeiro aspecto os filhotes já se encontram com os olhos abertos e tendo uma visão antecipada do mundo que o cerca ficarão assustados e inquietos por já terem a capacidade de assimilar possíveis interferências que ameacem a sua segurança no interior do ninho.
No segundo aspecto se o anelamento for efetuado a partir do 10° dia fatalmente os filhotes recusarão permanecerem no ninho, esta intervenção provocará a saída precoce dos filhotes ainda emplumes podendo provocar a sua morte.
Nos restaram apenas quatro dias ou sejam: 5°; 6°; 7°; 8°, que nãoapresentam maiores problemas no entanto podemos argumentar que:
Por usarmos anilhas com diâmetro de 2.5 mm preferimos o 5° dia ou 6°no máximo.
Por usarmos anilhas 2.8 mm preferimos o 7° dia ou o 8° quando o filhote embora iniciando o processo de abertura dos olhos ainda não o fez totalmente e com certeza estará mais desenvolvido para suportar a manipulação.
Salientamos ainda a existência de uma maior ou menor capacidade por parte da fêmea em aceitar um corpo estranho preso nas pernas dos seus filhotes. Este é um problema muito sério que merece porparte do criador uma atenção toda especial independentemente dodia em que se procedeu ao anelamento, muitas recomendações epráticas outras são postas em evidência para resolver ou minimizar o problema: Pessoalmente anelo os filhotes no 8° dia ao entardecer após remover o brilho das anilhas com um pouco de fuligem que pego na chaminé da churrasqueira, tal procedimento evita que o brilho da aninha chame a atenção de fêmea e, como já começa a escurecer a fêmea logo se empoleira para dormir e os filhotes buscam acomodar-se no ninho escondendo totalmente as anilhas. No dia seguinte a fêmea não lembra de mais nada e só se preocupa em encher os papos que amanhecem vazios e os tornam esfomeados. Desta forma, não tenho a relatar um só caso de rejeição por parte das fêmeas.
Outra prática bastante comum é a de proceder ao anelamento no 7° ou 8° dia pela manhã tendo em vista que se ocorrer rejeição teremos todo o dia para resolver o problema, saliento ainda que neste sistema também se acerca de cuidados quanto ao brilho das anilhas. Esta forma de proceder também é muito segura.

Acreditando ter esgotado o assunto, ou pelo menos os seus aspectos mais importantes, levei em conta que o processo de por o anel, que é muito simples:
Seguramos o filhote com a mão esquerda e selecionamos com os dedos polegar, indicador e anular da mesma mão o pé que ira receber o anel. Agrupamos os três dedos dianteiros com o uso de vaselina sólida para que fiquem estirados e unidos, aí introduzimos o anel até atingirmos a articulação com a mão direita. Dobramos o dedo traseiro para alinharmos com o tarso e efetuando movimentos circulares na anilha ultrapassamos a articulação, ai soltamos o dedo traseiro e levamos a anilha até junto do pé.

Gilson Barbosa-BA.

10 REGRAS BÁSICAS PARA VOCÊ "MATAR" SEUS PÁSSAROS

Conjunto de regras bizarras que chamam a atenção para erros presentes em muitos criatórios.

01) Dê bastante vitaminas ao seu pássaro. Compre todas que encontrar para vender em pet shop e aviculturas (não custa dar uma olhadinha na internet). Não se preocupe com indicações de veterinários ou bulas. Lembre-se de que produtos importados são sempre melhores. Não importa que a posologia seja enunciada em alemão. Prefira as indicações dos amigos. Vitaminas nunca são demais. Produtos de fabricantes diferentes se completam. O que falta em um pode estar presente no outro. Seu pássaro ficará “Vitaminado”.

02) A higiene é fundamental. Limpe diariamente o criadouro com desinfetantes bem perfumados. Aqui é outro caso em que a mistura é adequada. Ao menos de dois ou três fabricantes. Produtos a base de cloro e amoníaco tem a preferência por serem eficazes contra as bactérias. Reforce as concentrações pois algumas bactérias são muito resistentes. Após a aplicação, mantenha o ambiente fechado por algum tempo, para melhor efeito bactericida. Se ficar com cheiro muito ruim pulverize com um bom desodorizador de ambientes, tipo Bom Ar. Seus pássaros ficarão cheirosos.

03) Troque a água dos bebedouros quando estiver acabando. Principalmente se contiver medicamentos diluídos. Os medicamentos estão cada dia mais caro, e um pouco de economia não faz mal a ninguém. Os bebedouros são, no mínimo, de 50 ml, e, sabendo-se que um pássaro consome cerca de 3,5 ml dia, mesmo que derrame um pouco, a água durará a semana toda. Isso já é levado em conta pelo fabricante que dimensiona o bebedouro. Deixe essa atividade para os finais de semana, quanto tiver mais tempo. Se a gaiola for exposta ao sol então é nota dez. Todos sabem que o sol é um bactericida natural e deixará a água em ótimas condições. Ao longo do tempo a tendência é a melhora geral da condição sanitária do plantel e com mais economia. Seus pássaros ficarão super-hidratados.

04) Nunca jogue fora os restos de sementes dos comedouros. Basta assoprar as cascas que ficam por cima. Sabemos que os pássaros escolhem as sementes que lhes são mais palatáveis e pode desequilibrar a dieta se ficarem recebendo novo estoque diariamente. Trate somente quando tiverem comido tudo. Se você dimensionar corretamente os comedouros, poderá deixar isso para o final de semana, quando já tem que trocar a água dos bebedouros.

05) Seja prevenido. Ministre vez ou outra um coquetel de antibióticos para prevenir as principais doenças que acometem os pássaros. Para dar uma “limpada geral”. Assim seus pássaros jamais adoecerão.

06) Quando encontrar um pássaro embolado, com aspecto de pouca saúde em uma loja ou casa de algum vendedor, aproveite para fazer um bom negócio. Certamente estará com o seu preço desvalorizado. Muitas vezes basta trocar de lugar para a ave se animar. No seu criatório rapidamente se recuperará e você ainda poderá revendê-lo por maior valor. Um lucrinho não é nada mal.

07) Correntes de ar, bruscas mudanças de temperatura e mesmo uma chuvinha vez ou outra, são fundamentais para o desenvolvimento do sistema imunológico dos seus pássaros. Igual na natureza. Os pássaros ficarão muito mais resistentes. Não serão como esses passarinhos de apartamento, que não podem pegar um ventinho que estão com problemas respiratórios.

08) Organize seu estoque de alimentos. Aproveite o 13º e compre todas as sementes, rações, farinhadas, medicamentos e o que mais for utilizar durante o ano. Na entressafra os preços das sementes sempre sobem. Coloque tudo em um armário e fique tranqüilo: não faltará nada para seus pássaros durante mais um ano. Algum probleminha com validade estourada não será significativo. Todos sabem que há uma enorme margem de segurança no estabelecimento de prazos para consumo dos produtos. Quem ainda não usou um remedinho fora da validade?

09) Permita que suas aves passem o maior tempo com você. Se assistir televisão até mais tarde, mantenha sempre algumas por perto. Quando chegar em casa, mesmo que tarde da noite, não deixe de ir ao criatório e acender as luzes. Verá como seus pássaros ficam felizes em revê-lo. Alguns irão até cantar para você.

10) Se algum pássaro apresentar problema de saúde consulte imediatamente um lojista e faça tudo o que ele indicar. São muito experientes e já sabem que remédios vender para cada caso. Se não resolver leve seu pássaro até a clinica mais próxima. Lá encontrará um profissional, que mesmo sendo especialista em cães e gatos, é veterinário e o ajudará a por fim ao sofrimento do seu pássaro.

FONTE EXTRAÍDA DO SITE CANTO E FIBRA


AVALIE SEU PRÓPRIO PÁSSARO (CURIÓ)

Amigo Passarinheiro, quando você quiser avaliar seu próprio pássaro, basta que observe os seguintes itens. São eles que determinam basicamente a qualidade de canto de uma ave, logicamente é necessário que se entenda um pouco do cantar da espécie analisada, para tanto, sugerimos que ouça com atenção algumas gravações existentes no mercado e quando escute uma ave procure sempre ser o mais justo possível.

A) Itens para análise do canto de um pássaro:

Antes de mostrarmos o sistema de análise de canto, vamos falar um pouco de teoria musical.
A Música é uma arte de expressão, que por meio de sons e seus elementos constitutivos, pode traduzir ou evocar sentimentos.
Os elementos que constituem uma música são:

- Ritmo - este é o elemento primordial de qualquer música, provém da noção de duração do tempo, ou em outros termos, é medir com ordem o tempo.

- Melodia - é menos universal e menos antiga que o ritmo; ela só começa e existir com o início do som e é formada por uma sucessão de sons que diferem em sua duração, em sua altura e em sua intensidade. Implicando ela a noção de duração é, portanto subordinada ao ritmo; atinge sua natural origem das inflexões da palavra, das exclamações, dos gritos do homem ou dos animais, elementos que expressam a vida e os sentimentos.

- Harmonia - é a ciência dos sons expressos simultaneamente; não se deve confundir com polifonia que representa a sobreposição de duas ou mais melodias, a harmonia tem por base o acorde, que é um conjunto de sons simultâneos provenientes de um único som gerador.

- Timbre - é representado pela diferença de impressão que existe entre dois sons de duração, altura e intensidade iguais.

Sinais de movimento "andamento" - os sinais de "andamento" servem para indicar os vários graus de rapidez de uma música,marcando-lhe o caráter. Alguns deles são; tempo de valsa, andantino, moderado, tempo de mazurka, etc.

Sinais de expressão - servem para dar o colorido a música e dar-lhe variedade de acentuações. Alguns deles são: crescendo, diminuindo, destacado, fortíssimo, pianíssimo, etc.

Sinais de alteração - intervalos - as distâncias intercorrentes entre um som e outro se chamam intervalos.

"Quando analisamos uma ave devemos ter em mente que estamos na verdade analisando uma música. A função é definir, a partir de parâmetros adequados, qual pássaro possui a melhor música, com melhor interpretação".

B) Itens a serem avaliados:
Considerando que a análise do canto de uma ave é um processo impar, ou seja; não estamos analisando a música produzida por instrumentos musicais conforme os padrões existentes, nem uma música cantada por seres humanos, então vamos definir alguns critérios que se adaptem a tal analise."As nomenclaturas abaixo são adaptadas (ás nossas necessidades, e para que sejam entendidas por passarinheiros) de modo a facilitar o entendimento do passarinheiro e facilitar a criação de parâmetros para analise de canto de aves logo não são totalmente fiéis as definições musicais teóricas". Foram criadas definições próprias com um linguajar popular, porém sempre dentro de critérios técnicos que são:

Música da ave, que se constitui de:

Ritmo - definimos aqui que ritmo é a marcação do tempo musical de canto da ave, para esclarecer; a ave deve colocar as suas notas obedecendo ao ritmo do canto em questão. Está intimamente ligada ao estilo de seu canto. É importantíssimo para determinarmos inclusive o estilo de canto da ave.Como comparativo, podemos dizer que um bicudo mogiana tem que cantar em ritmo de canto mogiano um bicudo de canto goiano idem. Assim como quando ouvimos um samba, sabemos que é samba pelo ritmo. Devido a sua importância é o primeiro item que será avaliado.

Melodia - este item pode ser considerado como o item de avaliação da composição musical da ave, e se divide em;

Entrada de cantada - são as notas que indicam a presença da ave e mostram que sua cantada será iniciada. É muito comum bicudos goianos e mogianas iniciarem seu canto emitindo notas de sinalização (conhecidas como si suim em linguagem informal) e em seguida gargalharem, ou entrarem direto no canto após as notas de sinalização.
Variações - é a análise da parte da melodia inserida entre a entrada da cantada e o arremate de canto, ou entre o arremate de um canto e o arremate do canto seguinte. Esta parte da melodia é composta de variações e floreios. É necessário entender que tamanho de canto nem sempre significa maior beleza. É importante uma análise cuidadosa neste item, por parte do juiz, pois existem aves que além de repetirem blocos musicais, ou cantarem blocos muito semelhantes, vês ou outra emitem gargalhadas de floreio (não de divisão, nem de arremate mas sim de floreios) dentro das variações, que em hipótese alguma devem ser encaradas como remonte de canto ou aves que possuam dois cantos, etc.

Arremate de canto ou divisão de canto - este item é o que nos permite julgar as notas dentro da melodia que a ave utilizou para indicar que um canto está finalizado, ou esta sendo dividido do canto seguinte. Normalmente os bicudos utilizam a gargalhada para finalizarem ou dividirem seus cantos.

Harmonia - a harmonia significa que cada "nota" emitida pela ave deve se harmonizar perfeitamente a sua melodia. Por exemplo: é neste item que se identificam notas dissonantes. Analisando a colocação das notas de forma geral, percebemos a harmonia de cada uma delas ao canto.

Andamento - definimos aqui como julgamento de andamento (nome que o passarinheiro conhece em linguagem popular), como sendo o julgamento dos "sinais de":

Movimento (andamento) - andamento não deve em hipótese nenhuma ser confundido com ritmo, andamento significa velocidade em que a ave (que canta dentro do ritmo) está cantando ou seja, grau de rapidez da música da ave.A rapidez do canto deve ser tal que a melodia do pássaro nos pareça tranqüila e calma, porém com personalidade, não transmitindo-nos a sensação de lentidão e nos permita o entendimento de todos os sons por ele emitidos.

Expressão - dão o colorido à música, dando-lhe variedades de acentuações. Este item determina o que nós passarinheiros chamamos de balanço no canto.

Intervalos -indicam intervalos entre um som e outro.

Avaliação do intérprete da música, que se constitui de:

Voz-timbre - verifica-se neste item, quão compatível e agradável é o timbre de voz da ave ao seu estilo de cantar.
Volume - neste item, será analisado o volume (altura) em que o pássaro canta, para exemplificar, lembramos que aves que cantam "fino", cantando alto demais, podem tornar-se estridentes, e aves que cantam grosso, com voz muito cheia, cantando baixo demais podem tornar seu canto pouco claro a nossos ouvidos.

Suavidade - neste item se julgará basicamente a suavidade com que os sons produzidos pela ave atingem nossos ouvidos. Será uma análise conjunta da pronúncia, clareza e definição de notas, volume e timbre da voz do pássaro.
Apresentação - indica basicamente uma proporcionalidade entre o número de cantos que a ave emitiu em relação aos minutos disponíveis para sua apresentação.

Defeitos e deficiências:
Para um perfeito entendimento deste item, devemos primeiro entender o que significam defeitos e deficiências.

Defeitos - são basicamente imperfeições contidas na música da ave. Para sua perfeita avaliação, devemos tomar um canto que segundo nossos conhecimentos consideramos como representante típico do canto da ave em questão, e o analisarmos conscientemente para que possamos constatar a presença ou não de defeitos. Alertamos que além das notas estranhas e indesejáveis conhecidas por todos os passarinheiros, existem outros defeitos tão graves, que são defeitos no ritmo, andamento, voz, harmonia, etc. Porém para efeito de analise, devemos apenas nos ater, neste item é claro às notas estranhas.

Deficiências - são considerados como deficiências erros casuais, que são todos aqueles cometidos eventualmente; não fazem parte do canto típico daquela ave, por exemplo: cortes de canto, remontes de canto ou de notas, desde que sejam eventuais; notas de alerta quando os mesmos se sentirem pressionados pelas condições do torneio, passagem sem divisão de canto, iniciar o canto pelas variações sem sinalização de início (entrada), etc.

Avaliação de apreço - relação participante / trato da ave.

Apreço - está relacionado com a apresentação da ave em relação a sua limpeza e bons tratos.

Avaliação de conjunto - neste item será avaliada a composição do canto em relação à variação dos cantos conhecidos (estes podem ser novas composições, desde que atendam os quesitos do estilo). Leva -se em conta o conjunto de todos os itens acima aplicados ao canto típico de cada uma das aves. Este item representa em geral o quanto o cantar da ave nos impressionou.

Para que possamos avaliar corretamente um canto e suas características devemos sempre levar em conta todos os itens acima em conjunto, nunca separadamente.

A fim de que haja maior entendimento sobre canto é muito útil ao principiante que escute gravações existentes no mercado dos diversos estilos de canto, pois ninguém consegue explicar melhor uma música do que a própria música.

Antonio Carlos Ameruso Gomes


MUDA DE PENAS

Sabemos que a muda das penas não se trata de uma doença, por isso não se fornece remédios, como muito se costuma dizer. Cada criador tem já a sua receita, outros mais novos, não as tem ainda, por isso mesmo, com o intuito de ajudar e apresentarmos o nosso método, vamos passar abaixo o procedimento adotado com sucesso há anos por nós nesse período anual que os nossos curiós passam, esbanjando ao final saúde, vitaliciedade e beleza na plumagem, lembrando sempre que devem ficar em local arejado, mas tranquilo e com luminosidade amena:

1) Fornecemos durante 14 dias o Hemolitan Pet da Vetnil (uma gota para 50 ml de água filtrada ou mineral), combate a anemia que ocorre com a queda das penas e ajuda na formação de nova e bela plumagem, contendo na composição complexo de vitamina B, vitamina K, Ferro, Cobalto, Cobre, Zinco e outros, sendo que dado em excesso é nocivo ao fígado em face da vitamina lipossolúvel K e do Ferro;

2) Descanso em água pura por cinco dias;

3) Fornecemos Nalyt Muda da Amgercal por sete dias, descansa cinco e mais sete dias (uma grama para 50 ml de água filtrada ou mineral). Polivitamínico excelente (vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis), com os aminoácidos Metionina e Lisina, assim como Sais Minerais. ATENÇÃO: POR CAUTELA, RECOMENDAMOS ESSA DOSAGEM ACIMA PARA 100 ML DE ÁGUA, OU MANTER A MESMA DESCRITA INICIALMENTE, MAS UTILIZAR AÇÚCAR DE UVA PARA NÃO HAVER REJEIÇÃO EM FACE DO GOSTO AMARGO QUE A TILOSINA APRESENTA;

4 ) Descanso em água pura por mais cinco dias;

5) Passamos a fornecer até o final da muda (que ocorre com o brilho das penas após o rabo igualar) a clássica combinação Orosol (Polivitamínio com vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis) x Aminosol (Complexo de Aminoácidos e de vitamina B) da Lavizzo (Orosol uma gota e Aminosol três gotas para 50 ml de água) com o primeiro três vezes na semana e o segundo duas vezes na semana, conforme recomendação da Dra. Stella Mares em seu Livro "Aves" em sua primeira edição;

6) Diariamente, se o curió não estiver gordo, fornecemos farinhada da CC 2030, do contrário dia sim, dia não;

7) Diariamente ou dia sim, dia não, pepino, chicória/couve ou almeirão (Passamos primeiro em água corrente, deixando depois ambos por 30' na água com vinagre na proporção de uma colher de sopa para cada litro d'água, assim como o pepino, primeiramente, notadamente quando de sua aquisição, lavamos com sabão de pedra ou de coco, em seguida enxaguamos e colocamos por cerca de 15' na água com cloro ou Quiboa, em igual proporção que utilizamos acima, sendo essas indicações da Dra. Stella Mares na mesma obra acima citada);

8) Se Pardo, banho de sol só depois da muda de pardo, do contrário, sempre que possível banho de sol antes das 10h00m por no máximo 10', dependendo do horário de exposição e da intensidade do calor, sempre sob as nossas vistas;

9) Banho de banheira diário, com aplicação de vinagre de maça duas a três vezes por semana (três gotas para 100 ml de água) que ajuda a manter a higiene, brilho e afasta a oleosidade excessiva e parasitas, retirando-a em seguida ao banho com troca de papel de fundo que é de jornal sem impressão, adquirido em gráfica sob medida;

10) Higiene diária com troca semanal dos bebedouros para higiene, assim como utilizamos peneira para retirar a poeira e cascas de sementes. Com isso, em regra, com dois meses os curiós já se encontram empenados com o rabo igualado.


Sucesso !!!